Ministério Público Federal justificou a iniciativa citando os “evidentes danos ao patrimônio cultural” com o acidente de Ouro Preto
O Ministério Público Federal MPF instaurou um procedimento administrativo para apurar acidente de Ouro Preto ontem (14). Isso poucas horas após parte do Morro da Forca desabar, destruindo duas construções no centro de Ouro Preto MG.
Em nota, o MPF justificou a iniciativa citando os “evidentes danos ao patrimônio cultural” com o acidente de Ouro Preto. Parte do conjunto arquitetônico municipal é, dessa forma, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Iphan. Intagra, portanto, a Lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Unesco.
“O MPF vai, dessa maneira, apurar as circunstâncias do acidente. Busca esclarecimentos aos órgãos envolvidos na tutela dos referidos bens quanto ao motivo do incidente, dimensão dos danos e seus efeitos”, informou o MPF, em nota.
Medidas de proteção
O MPF quer que a prefeitura informe se há, portanto, outros imóveis em risco iminente de impactar-se por novos deslizamentos. Ou mesmo desmoronamentos. O ministério quer saber ainda das medidas de precaução.
Já do Iphan, os procuradores esperam receber um parecer sobre a extensão do dano cultural causado pelo acidente de Outro Preto. Esperam, sobretudo, uma relação das construções históricas em situação de risco na cidade. Além das medidas adotadas, sobretudo, para proteger o conjunto arquitetônico local.
Uma das construções destruídas esta manhã foi um casarão do século 19, o Solar Baeta Neves. Segundo o Iphan, o imóvel integrava o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto. Interditado desde 2012, quando atingido por um deslizamento de terra. Comprometeu, portanto, parte da edificação.
Ainda de acordo com a autarquia federal, a Defesa Civil já vinha monitorando a área desde o fim do ano passado. Isso por conta do risco das fortes chuvas que atingem Minas Gerais causarem um acidente como o desta manhã.
Patrimônio cultural acidente de Ouro Preto
Apesar do prejuízo histórico e cultural, o deslizamento não feriu nenhuma pessoa. Conforme o barbeiro Fábio Rogério Alves, o trânsito de veículos e de pessoas próximo à área atingida tinha sido interrompido pouco antes de parte do talude cair sobre as construções.
Alves foi uma das primeiras pessoas a perceber que parte do Morro da Forca viria abaixo. E junto com outras duas pessoas, incluindo uma funcionária da prefeitura, alertou quem passava pelo local.
“Antes mesmo dos bombeiros chegarem, pouco antes da queda do morro, já tínhamos isolado a passagem de veículos e de pedestres”, disse Alves.
Fonte Agencia Brasil