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Pandemia muda comportamento dos Centennials

Os Centennials eram vistos como um grupo mais responsável, contido nos gastos e voltado a saudabilidade – isso tudo até a pandemia do Coronavírus chegar. Com meses em período de isolamento, os jovens brasileiros parecem ter afrouxado alguns hábitos alimentares e de compras. Esse é o resultado de uma maior compreensão do que está ocorrendo no mundo, uma vez que o surto de COVID-19 ainda não tem previsão de chegar ao fim. Cerca de 38% dos brasileiros até 24 anos se descuidaram da alimentação nos dias de quarentena, segundo a análise do Barômetro Kantar COVID-19.

O estudo, que explora as influências do coronavírus nas atitudes, comportamentos e expectativas de pessoas em mais de 50 mercados, revelou como os jovens das gerações Centennials (18-24 anos) e Millennials (25-34 anos) se diferenciam das faixas etárias seguintes e aponta uma semelhança de hábitos entre todas as gerações: 55% dessas gerações mais jovens também falaram que passaram a fazer mais lanches ao longo do dia (44% dos brasileiros com 55 ou mais fizeram o mesmo).

Isso não impediu, porém, os Centennials de entrar na cozinha: 61% estão tentando novas receitas durante a quarentena (em comparação a 58% da população geral e 49% dos brasileiros com 55 anos ou mais). “Estamos vendo um boom de conteúdo sobre receitas e comidas nas redes sociais, que leva ao engajamento e cria uma conexão com as pessoas que estão distantes em tempo de quarentena.

Ao mesmo tempo, os brasileiros começam também a procurar mais delivery, para otimizar a nova rotina – muitos estão trabalhando de casa, lidando com aulas online dos filhos e querem um respiro”, conta Valkiria Garré, CEO de insights da Kantar Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Consumo online

A similaridade do comportamento de todas as gerações envolve três ondas durante a pandemia. A primeira delas foi da compra online, em que todos estavam se adaptando e houve um período de grandes estoques. Em seguida, houve o entendimento de que não havia a necessidade de correr para fazer grandes compras, já que o mercado continuaria a ser abastecido e então, os consumidores aprenderam a consumir pela internet. Até mesmo as gerações mais resistentes passaram a utilizar aplicativos.

A terceira onda, no entanto, mostra um consumidor cansado de ficar em casa e buscando experiências. “Esse jovem até compra por impulso, mas para atender ao desejo de viver algo novo, já que não pode sair de casa. Há esta pressão por viver fora da rotina, algo que os Centennials priorizam muito”, conta Valkíria.

De forma geral, o público até 24 anos continuaria a comprar itens saudáveis, mas depende da atitude desse nicho de mercado de estar mais presente. “Produtos que tem validade maior saem em vantagem, por isso há um aumento nas vendas de itens industrializados. Além disso, as marcas de snacks e lanches são as que mais e melhor se comunicam com este jovem e, com isso, ganham a atenção dele neste momento de reclusão”, aponta a especialista.

Ft:mundodomarketing