Palestras chegam a mais de 2 mil jovens e professores
O primeiro ponto de parada foi a cidade de Dourados, a 229 quilômetros da Capital, onde mais de 630 pessoas – entre estudantes, professores e funcionários administrativos – das escolas estaduais Profª Rita Angelina Barbosa Silveira e Menodora Fialho de Figueiredo assistiram a palestras e capacitações focadas no fortalecimento da saúde mental e no desenvolvimento de propósito.
Dessa forma, a saúde mental do jovem sul-mato-grossense falada em quatro línguas: português, guarani, kadiwéu e terena. Desde o dia 9 de setembro, o mês tem sido dedicado à programação da Semana Estadual da Juventude, iniciativa da SEC (Secretaria de Estado da Cidadania), por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para Juventude, com auxílio de dezenas de parceiros.
Com isso, o tema “saúde mental da juventude sul-mato-grossense”, o objetivo da Semana é desenvolver e implementar estratégias abrangentes de promoção, prevenção e atendimento em saúde mental para os jovens sul-mato-grossenses, com idades entre 15 e 29 anos.
Estudante do 3º ano do Ensino Médio, Rhanya Pinheiro dos Santos, de 19 anos, foi uma das jovens alcançadas pela palestra. “Conheço muita gente que tem depressão, e acho que a gente precisa se colocar mais no lugar do outro, tentar entender e não julgar”, afirma.
Palestras saúde mental Dourados
Aos alunos, o subsecretário de Políticas Públicas para Juventude, Jessé Cruz, fez questão de enfatizar importantes pontos presentes no processo de vida e saúde mental.
Por isso, diretora da Escola Profª Rita Angelina Barbosa Silveira, Tarsila Bibiane Lima Ramos conta que a construção da Semana da Juventude iniciou meses atrás, e vem ao encontro do que a disciplina Projeto de Vida já trabalha.
“É fundamental trabalhar com jovens a conscientização da importância da saúde mental, da importância desse autocuidado, do jovem ter uma identidade, além de desenvolver o protagonismo”, ressalta. Mas, a Semana da Juventude levou as ações também para Caarapó, na Escola Estadual Indígena Yvy Poty, na aldeia Te YuKie.
O público atendido passou de 400 participantes que presenciaram o lançamento da cartilha da saúde mental em guarani, além de oficina sobre saúde mental conduzida pela psicóloga do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena), Aline Feltrin, que abordou questões fundamentais relacionadas ao bem-estar emocional dos jovens indígenas.
Lançamento da cartilha
A escuta indígena foi outro ponto central da iniciativa, liderada pelo representante do MPI (Ministério dos Povos Indígenas), Eliel Guarani Kaiowá.
Por isso, para a estudante Iarama Freire Soares, de 16 anos, este olhar para a saúde mental do jovem, principalmente indígena, vem fortalecer a convivência entre os alunos.
“Será muito bom para o nosso futuro e os nossos estudos. Isso acaba trazendo para a gente boas palavras, e o que é importante na vida da gente”, compartilha.
Gabriel Veron, de 17 anos, chama atenção para a preocupação de adaptar o material nas principais línguas indígenas de MS. “É muito importante aprender a nossa cultura e falar a nossa língua. Mas, tem aluno que já não fala mais o guarani, só em português, e você vê que o material feito para a gente”, completa.
Porto Murtinho entrou na rota com o lançamento da cartilha traduzida e adaptada para o kadiwéu, que apresentada aos alunos da Escola Estadual Indígena Antônio Alves de Barros, na comunidade Alves de Barros.
Escola Estadual Indígena
“Durante a ação, oferecidos materiais educativos, como a cartilha, material teórico e audiovisuais, e realizada uma consulta pública. Além disso, promovemos um diálogo e orientações com as lideranças indígenas, visando fortalecer o entendimento e a implementação das práticas de saúde mental na comunidade”, descreve o subsecretário Jessé.
Sendo assim, a programação seguiu também nos municípios de Rio Brilhante, Aquidauana, Alcinópolis e Bataguassu, e foi acompanhada por representantes do MPI que estudam replicar as ações nas demais comunidades indígenas pelo País.
“Esta ação é muito importante e vem no momento certo, quando a gente vê como alarmante a situação da saúde mental, principalmente do jovem indígena. Então, este trabalho nos motiva a levar a proposta da cartilha para todo o País, fazendo a tradução em outras línguas”, explica o representante do MPI, Sandro da Silva Pacheco
Fonte: gov.ms