Mais de 130 empresários brasileiros viajaram ontem (3) aos EUA para tentar reduzir o tarifaço de Trump sobre produtos brasileiros
Uma comitiva com mais de 130 empresários liderada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) está na capital americana para tentar reverter ou reduzir o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump a produtos brasileiros. A missão foi (3) ao Capitólio e participou de audiência pública para defender o Brasil de práticas comerciais ilegais e abusivas.
Sobretudo, a sessão aconteceu no Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês). O embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI, foi quem defendeu a indústria brasileira.
Azevêdo destacou que o Brasil não adota práticas que possam levar a prejuízos das empresas americanas. A contestação veio em resposta ao pedido de Donald Trump de abrir investigação contra o Brasil sob a alegação de que o país comete “práticas comerciais desleais”, e tem base na seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que apura práticas estrangeiras que impactem no comércio americano.
“Ao contrário, muitas das empresas americanas se beneficiaram das políticas brasileiras”, afirmou Azevêdo.
PIX e Etanol
A discussão e as interrogações trouxeram questionamentos “sobre o etanol brasileiro, com foco na parte de meio ambiente e também sobre a segurança do PIX”, contou à RFI o vice-presidente do grupo Stefanini, Ailtom Nascimento. Contudo, segundo ele, Brasil terá mais sete dias para revisar e acrescentar informações que possam defender o país nessa investigação.
“Acho que a gente vai conseguir fazer um ótimo trabalho para demonstrar para o governo norte-americano que nós estamos alinhados com a ação 301. E não estamos tão frágeis com relação aos nossos controles e inspeções. Temos regras bem estabelecidas, que seguimos, e acho que essas regras estão bem de acordo com o que é solicitado na seção 301”, falou Nascimento.
O problema é político
Ricardo Alban, presidente da CNI, destacou que a missão visitou, no Capitólio, os gabinetes de congressistas republicanos do partido de Donald Trump e que Christopher Landau, vice-secretário de Estado do governo, os recebeu. Nos encontros, enfatizou-se que o problema com o Brasil hoje tem origem política.
O presidente da CNI disse: “Precisamos vencer esse aspecto político. Estamos tentando abrir um caminho para que a racionalidade e uma conversa na mesa prevaleçam, tornando viável e ágil o entendimento de questões políticas que possam ser discutidas de forma cabível”.
Em conclusão, os encontros bilaterais com empresários e políticos americanos continuam nesta quinta-feira (4).
Fonte: uol