A The Lancet é uma das revistas cientificas mais conceituadas do mundo
Nos dias 19 e 20 de outubro, Campo Grande receberá a visita de representantes da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo para conhecer a implementação do método contra a dengue e da iniciativa Wolbito em Casa.
Estudo publicado na revista científica The Lancet – Infectious Diseases por pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, reforça as evidências que atestam a eficácia do método implementado em Campo Grande para redução da incidência de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a dengue, a partir da soltura de mosquitos com a bactéria Wolbachia .
O método Wolbachia começou a ser implantado em dezembro de 2020 na Capital pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), juntamente com o World Mosquito Program (WMP/Brasil), iniciativa que, no Brasil, conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Governo do Estado.
Dessa forma, Campo Grande é a única cidade que terá o método contra a dengue implantado em 100% do seu território. No Município também desenvolvida uma inciativa pioneira no mundo envolvendo cerca de 3 mil alunos de 17 escolas municipais, o Wolbito em Casa.
Por exemplo, nos estados do Brasil, o método está sendo implementado em outras quatro cidades: Niteroi (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Petrolina (PE) e Belo Horizonte.
Prefeitura Municipal de Campo Grande como referencia no estudo
“Ter o reconhecimento da ciência e do mundo científico pela respeitada revista The Lanced, com certeza fortalece as ações da Sesau colocando-a na vanguarda da ciência e serviço de referência em saúde para o nosso país e para o mundo. É um grande orgulho pessoal e de todos servidores da saúde de Campo Grande”, destaca o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho.
Sendo assim, ao todo as seis fases de soltura em Campo Grande, que atualmente já se encontra na sua quinta fase de implementação, deste método contra a dengue. Por isso, 74 bairros contemplados nas sete regiões urbanas.
Os resultados obtidos pelo estudo reforçam as evidências de que os mosquitos com Wolbachia podem reduzir consideravelmente o peso para o sistema público de saúde de diferentes arboviroses em uma mesma comunidade.
Contudo, no Rio de Janeiro, a liberação dos mosquitos resultou em uma redução de 38% na incidência de dengue e 10% de chikungunya.
O estudo
Entre 29 de agosto de 2017 e 27 de dezembro de 2019, 67 milhões de mosquitos liberados em cinco áreas da zona norte do Rio de Janeiro, que incluem a Ilha do Governador, Ilha do Fundão, Complexo da Maré, Ramos, Penha e Vigário Geral.
Segundo a Fiocruz, as atividades do programa de liberação de mosquitos com Wolbachia no Rio expandidas em agosto de 2017 por causa da epidemia de zika. Então, as liberações ocorreram em uma área de 86,8 km2 com cerca de 890 mil habitantes, e foram feitas em cinco zonas.
Até dezembro de 2019, 29 meses após o início das liberações, a Wolbachia apresentou prevalência entre 27% e 60% na população de mosquitos analisada.
Por isso, um efeito protetor para a população observado mesmo em áreas em que a prevalência da Wolbachia mais baixa (10%), já para locais em que a prevalência foi superior a 60%, a proteção chegou a 76%, o que é comparável aos resultados publicados anteriormente (utilizando métodos diferentes) do município vizinho de Niterói e da Indonésia.
Sendo assim, a fundação acrescenta que, em 2021, dados que mostraram a eficácia da proteção garantida pela Wolbachia divulgados pelo WMP/Brasil, apontando uma redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção.
Fonte: pm campo grande