Ser MEI, no Brasil, também tem consequências, entenda
O Microempreendedor Individual (MEI) representa uma importante alternativa para a formalização de pequenos negócios no Brasil. Com uma carga tributária reduzida e simplificada, a pessoa que é MEI pode atuar com menos custos de operação, no entanto, existe um limite anual de faturamento a ser respeitado. Estipulado em R$ 81 mil, fundamental para que o empreendedor mantenha os benefícios dessa modalidade.
Marco Antônio Pascoali, advogado da Schiefler Advocacia, destaca que este limite se aplica apenas se a empresa estiver ativa durante todo o ano. Caso contrário, o valor precisa ser ajustado proporcionalmente ao tempo de operação. Dessa forma, um MEI ativo por apenas seis meses, por exemplo, tem um teto proporcional de R$ 40,5 mil.
O que acontece se o faturamento ultrapassar o limite do MEI?
Exceder o teto de faturamento pode levar ao desenquadramento do MEI, forçando a transição para a categoria de Microempresa (ME). Esse processo ocorre de duas maneiras, dependendo do valor excedido. Se o faturamento ultrapassar até 20% do limite permitido, ou seja, até R$ 97,2 mil, o MEI ainda pode operar sob o regime atual até o final do exercício fiscal, mas deverá pagar impostos retroativamente.
Contudo, se o faturamento ultrapassar esses 20%, o desenquadramento é retroativo a 1º de janeiro do mesmo ano, exigindo o pagamento dos tributos como ME, além de juros e multas. Assim, torna-se crucial para o empreendedor monitorar de perto suas finanças para evitar surpresas fiscais.
Quais são as implicações fiscais ao trocar de MEI para ME?
É possível retornar ao Regime MEI?
Alguns empresários podem desejar voltar ao regime MEI se a superação do limite foi um evento pontual. O especialista Victor Hugo Rocha aponta que, para isso, é necessário comprovar que o negócio atende aos critérios do SIMEI. Embora a legislação atual não promova ajustes anuais no limite de faturamento, o aumento natural dos negócios muitas vezes ultrapassa o teto do MEI sem expansão significativa.
Existe, ainda, uma defasagem nesse limite, não ajustado desde 2018. Atualmente, há Projetos de Lei Complementar em tramitação propondo aumentos para R$ 130 mil ou vinculando o reajuste à inflação.
Defasagem e propostas de atualização do limite de faturamento anual do MEI
O último ajuste do limite de faturamento do MEI ocorreu em 2018. Desde então, não atualizaram para acompanhar a inflação, gerando uma defasagem importante. Décio Lima, diretor do movimento Destrava Brasil, menciona que o Congresso Brasileiro está considerando propostas que podem elevar o teto para mais de R$ 120 mil. Ou mesmo vinculá-lo à inflação, ou ao salário-mínimo.
As pessoas veem essas mudanças como necessárias para garantir que o regime do MEI continue sendo uma porta de entrada viável para pequenos empreendedores. Permitindo-lhes crescer sem a imediata penalização fiscal de serem forçados a migrar para regimes empresariais mais complexos.
Fonte: terra