Documento indica as áreas e períodos de menor risco climático para essas culturas no País e define as regiões mais indicadas para o cultivo
O novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para as culturas do pessegueiro e da nectarineira identificou outras áreas em que essas culturas podem ser cultivadas. O documento, nesse sentido, indica as áreas e períodos de menor risco climático para essas culturas no País e define as regiões mais indicadas para o cultivo, de maneira a reduzir perdas e garantir rendimentos mais elevados.
Elaborado com base em estudos da Embrapa Clima Temperado (RS) e da Embrapa Informática Agropecuária (SP), o novo Zarc foi publicado este mês pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Pela primeira vez nessas culturas, foi empregada metodologia unificada para ampliação das avaliações em todo o Brasil. “O trabalho mostrou regiões do País com condições semelhantes às do Rio Grande do Sul, com potencial e que podem ser exploradas”, explica o pesquisador responsável pelo trabalho, Carlos Reisser Júnior, do Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa Clima Temperado.
Três regiões de altitudes elevadas para o cultivo do pêssego
O zoneamento identificou, portanto, três regiões de altitudes elevadas que, em sistemas irrigados, apresentaram condições agroclimáticas de baixo risco (até 20%). Mas que atualmente não possuem cultivo. No Mato Grosso do Sul, o município de referência é Ponta Porã, na Serra de Maracaju (600 m de altitude).
Em Goiás, na região do Planalto Central (800m a 1.000m), a área favorável segue um eixo sul-norte, desde Cristalina até Alto Paraíso de Goiás, incluindo também o Distrito Federal. Já na Bahia, se destacam os municípios de Piatã e Mucugê, na Chapada Diamantina (1.000m).
Embrapa Informática Agropecuária
O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária também responsável pela agrometeorologia e geoprocessamento do zoneamento, Ivan de Almeida, ressalta, no entanto, que o documento indica regiões potenciais para o cultivo comercial apenas com base no clima e na disponibilidade hídrica.
Segundo ele, outros fatores também precisam ser considerados para o bom desenvolvimento do pomar e para o sucesso econômico da propriedade, como perfil do produtor, nível de tecnologia empregado e acesso a mercados.
“Por mais que as questões ambientais demonstrem que há potencial, há ainda o fator humano. É preciso ponderar com cuidado antes de iniciar qualquer empreendimento”, alerta.
Ft: jovemsulnews