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Público do Lollapalooza Chicago em 2021

Lollapalooza Brasil tentará repetir sucesso da edição nos EUA

O Lollapalooza Brasil ocorre no final do mês de março. Em 2021, em Chicago, o evento reuniu cerca de 385 mil pessoas em agosto

No final do mês que vem, o Lollapalooza marcará o retorno ao Brasil dos gigantes festivais de música desde que a Covid-19 apareceu. Enquanto São Paulo ainda convive com os efeitos da variante Ômicron, a realização do evento gera ansiedade pela possibilidade de disseminação desenfreada do coronavírus.

A matriz do Lolla, que acontece na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, reuniu cerca de 385 mil pessoas em agosto do ano passado. As autoridades de saúde pública consideraram que o evento foi um “sucesso” em termos de não se tornar um “superdisseminador” da Covid-19.

Dessa forma, a médica especialista em doenças infecciosas e professora associada da Universidade de Chicago, Emily Landon, foi enfática sobre o que pode garantir que a experiência brasileira também seja bem-sucedida: redução de danos.

“Se você for ao Lollapalooza, apenas presuma que você foi exposto. Faça o teste na semana seguinte, não visite seus avós mais velhos ou qualquer amigo ou familiar com altos riscos [de casos graves]”, pontuou.

“Você não pode impedir o Lolla de acontecer. Mas você pode dizer: ‘Olha, claro que há a Covid, vocês são jovens, provavelmente não vão ficar muito doentes mesmo que se infectem, mas vamos nos esforçar para tentar proteger aqueles que têm maior risco.’”, acrescentou.

O saldo final

De acordo com os organizadores, das 385 mil pessoas que participaram do Lolla Chicago no ano passado, mais de 90% estavam vacinadas contra a Covid-19, 8% apresentaram teste negativo na entrada e cerca de 600 pessoas foram impedidas de entrar por falta de documentação.

Cerca de 14 dias após o início do festival, a comissária de Saúde Pública de Chicago, Allison Arwardy, foi ao Twitter anunciar que não houve “descobertas inesperadas e, neste ponto, não há evidências de que este evento foi um ‘superdisseminador’ ou teve impacto substancial na epidemiologia da cidade”.

A médica afirmou que foram identificados 203 casos entre participantes do festival. Entre eles, 58 eram moradores de Chicago, 138 não moravam na cidade, mas moravam no estado de Illinois, e outros 7 eram de fora do estado. Não houve registro de mortes ou hospitalizações por Covid-19 entre os infectados do Lolla.

“Se fossemos ver um aumento, nós já o teríamos visto nesse ponto, pelas minhas estimativas”, disse Arwardy em uma coletiva de imprensa.

Casos positivos ligados ao Lollapalooza

Já a professora Emily Landon avalia que há provavelmente entre 300 e 500 casos ligados ao evento, porque esses participantes do festival infectados passaram o vírus para outras pessoas.

“Muitas pessoas que vieram de outros lugares, foram embora e voltaram para suas próprias cidades. Não temos ideia do que aconteceu nessas cidades”, disse a especialista, que também pesquisa esforços de prevenção para doenças infecciosas.

Ela complementa que, no geral, o saldo final do festival foi “muito bom”, porque não resultou em uma grande disseminação do vírus para pessoas mais vulneráveis.

“Não é que haja algum tipo de mágica que acontece no Lollapalooza, que faz com que as pessoas não transmitam a Covid-19. É que as pessoas que pegaram a doença [nessa edição] não transmitiram para muitas outras pessoas em Chicago. Foi isso que aconteceu. Não sei se vocês terão a mesma sorte no Brasil”, ponderou.

Como impedir um desastre no Lollapalooza Brasil?

O Lollapalooza Brasil será o evento de maior público em São Paulo desde que a OMS decretou a pandemia em 11 de março de 2020.

Lollapalooza Brasil tentará repetir sucesso da edição nos EUA

 

O festival deve superar em muito o GP São Paulo de Fórmula 1, que reuniu 181.711 pessoas no Autódromo de Interlagos durante três dias de novembro do ano passado.

A assessoria do Lollapalooza informou que a expectativa é de que até 100 mil pessoas passem pelo Autódromo em cada dia do evento. Dos três dias do festival (25 a 27 de março), a sexta e o sábado já estão com ingressos esgotados.

Em nota, o festival afirmou que “tem uma equipe 100% dedicada em estabelecer os cuidados e em colocar em prática os protocolos necessários”. “O público precisará apresentar o comprovante de vacinação (físico ou virtual) com, no mínimo, duas doses da vacina contra a Covid-19”, disseram os organizadores.

Fonte: CNN Brasil