Presidente chinês Xi anunciou que seu país “intensificaria o apoio a outros países emergentes no desenvolvimento de energia verde e de baixo carbono”
O cenário global do financiamento de energia e da mineração de lítio na América Latina mudou na semana passada. O presidente chinês Xi anunciou que seu país “intensificaria o apoio a outros países emergentes no desenvolvimento de energia verde e de baixo carbono”. Ao mesmo tempo em se comprometeu a acabar com o apoio às usinas elétricas a carvão no exterior.
A demanda por energia renovável já existe. Países em desenvolvimento em todo o mundo propuseram 494 gigawatts em projetos de energia renovável. Isso por meio de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, em inglês) para o Acordo de Paris.
Somente na América Latina e no Caribe, no entanto, os analistas do setor preveem um boom em energias renováveis, com previsão de que a capacidade instalada mais que dobrará nos próximos anos.
Maiores depósitos de lítio do mundo
Argentina, Bolívia e Chile guardam os maiores depósitos de lítio do mundo e por isso são descritos como países do triângulo do lítio. Dado o papel da China como um grande produtor de tecnologias renováveis, isso também provocará um aumento gradual em sua demanda por lítio. Trata-se, portanto, de mineral necessário para armazenar a energia de fontes intermitentes como eólica e solar.
Argentina, Bolívia e Chile guardam os maiores depósitos de lítio do mundo e por isso são descritos como países do triângulo do lítio (LTCs, em inglês). A China já demonstrou grande interesse nos três LTCs e um rápido aumento da demanda de importação do mineral.
Questões ambientais e sociais do setor
Para gerir com sucesso o iminente aumento na demanda de lítio, os governos dos LTCs terão de equilibrar potenciais lucros com as questões ambientais e sociais do setor. Por exemplo, cada tonelada de lítio extraída demanda até dois milhões de litros d’água, o que pode esgotar os recursos hídricos subterrâneos em uma região. Sofrem com a escassez d’água e impacta gravemente ecossistemas frágeis.
A gestão responsável da água será, portanto, fundamental para assegurar que as comunidades locais — que usam o recurso natural para sua subsistência — usufruam dos benefícios dos novos investimentos.