Na Itália cerca de 21,5 mil quilometros quadrados do solo no país já está concretado, sobrando muito pouco
Um estudo divulgado neste domingo (4) pelo Instituto Superior para a Proteção e a Pesquisa Ambiental (Ispra) revela que a Itália perde 2 metros quadrados de solo a cada segundo.
Um alerta da Organização WWF Itália indica que, até o momento, 21,5 mil quilômetros quadrados de solo italiano estão cimentados, e só os edifícios ocupam 5,4 mil km², uma área igual à Ligúria.
21,5 mil km² de solo italiano estão cimentados
O solo perdido na Itália desde 2012 até hoje teria garantido a infiltração de mais de 360 milhões de metros cúbicos de águas pluviais. Desse modo, permanece nas superfícies impermeabilizadas por asfalto e concreto, não estão mais disponíveis para recarga dos lençóis freáticos, agravando também o risco hidráulico dos territórios que provocou 438 mortes na Itália, de 2000 a 2019.
“A Itália é um país frágil, mais de 16% do território está em áreas de alto risco hidrogeológico e 6 milhões de pessoas são afetadas, ou seja, vivem em áreas de risco potencial”, disse Luciano Di Tizio, presidente da WWF Itália.
Segundo o líder da ONG em prol do meio ambiente, “para não repetir outros dramas como o de Ischia, a última coisa que temos a fazer é continuar construindo”. No entanto, os dados oficiais apontam que em 2021 a Itália atingiu o pico de superconstrução nos territórios nos últimos 10 anos.
Di Tizio explicou ainda que a Itália discute, sem sucesso, uma lei sobre o consumo do solo desde 2012. O WWF Itália, inclusive, fez um pedido ao Parlamento e ao governo para aprovar uma legislação que impeça novas construções em áreas livres, estimulando a recuperação daquelas já ocupadas e degradadas.
“Só nas áreas urbanas, elas representam mais de 310 quilômetros quadrados de prédios sem uso: uma área igual à extensão de Milão e Nápoles”, concluiu o presidente da ONG.