Além da indenização, os irmãos receberam pedidos públicos de desculpas da escola, na Inglaterra
Antes de tudo, os gêmeos autistas que foram amarrados em cadeiras e receberam a indenização de R$ 500 mil estavam matriculados desde os 4 anos de idade na Five Acre Wood. Uma escola para crianças com necessidades especiais, em Kent, na Inglaterra.
Mas a ideia dos pais era que Samuel e Jacob Montague, que são autistas severos e não verbais, ficassem por lá até os 19. No entanto, em 2013, aos 8 anos, retiraram os meninos. Pois a família descobriu que os mesmos eram amarrados em cadeiras para terem seus movimentos restritos.
Entretanto, os pais entraram com um processo e o resultado só teve a decisão pelo tribunal agora. Ademais, a escola terá que pagar 80 mil libras como indenização aos meninos. O valor equivale a pouco mais de R$ 500 mil. Além disso, a administração precisou se desculpar publicamente por ter quebrado as próprias políticas, segundo o The Mirror.
Todavia, Annie e Mark, pais de Samuel e Jacob, os gêmeos autistas que foram amarrados, divulgaram um comunicado, depois da publicação da sentença dada pelo tribunal. “O autismo dos meninos significa que eles interpretam o mundo através do toque e do movimento. Então, o uso das cadeiras minou completamente seus direitos humanos”, disseram eles. Logo após, passaram a educar os meninos em casa.
Segundo os pais, este caso nunca foi sobre compensação financeira, mas em tentar impedir que essas práticas com outras crianças
De acordo com a família, a atitude de amarrar os meninos em cadeiras se repetiu por diversas vezes. A primeira vez que eles souberam, Samuel e Jacob tinham 5 anos, em 2010. Eles foram levados a um show da escola e presos aos assentos, com tiras envolvendo as pernas, os braços e os ombros. Ao reclamar, os pais ouviram que essa era a única maneira de os meninos participarem do evento.
Depois, no ano seguinte, um psicólogo visitou a escola e se deparou novamente com os dois presos. Sobretudo, Annie e Mark argumentaram que a restrição foi ilegal, porque a escola não tentou outras possibilidades de lidar com as crianças. Além disso, não contaram com o consentimento da família.
“Este caso nunca foi sobre compensação financeira; tratava-se de tentar impedir que essas práticas acontecessem com outras crianças em todo o país”, ressaltaram os pais.
“Samuel e Jacob eram crianças ativas e de busca sensorial. Por causa do autismo, interpretam o mundo pelo movimento e pelo toque. Em nossa opinião, ao prendê-los em cadeiras de contenção mecânica na escola, os direitos humanos dos meninos foram violados e a instituição não conseguiu fornecer nenhum benefício terapêutico a eles”, disse Catriona Rubens, advogada da família, que agora luta por mudanças nas leis, no sentido de proteger as crianças, sobretudo as que têm necessidades especiais.
“Os gêmeos e outras crianças com autismo ou dificuldades de aprendizagem merecem a proteção total da lei”, diz o comunicado.
Fonte: Rev.Crescer