Em entrevista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que os minerais críticos e terras raras podem entrar em negociações tarifárias com os EUA, confira
Os minerais críticos e as terras raras podem entrar nas negociações tarifárias com os EUA, disse (4) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, um acordo sobre os dois temas pode ser assinado com o governo estadunidense.
“Temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, disse Haddad em entrevista à BandNews nesta tarde.
A produção de baterias elétricas e de processadores de inteligência artificial (IA) utiliza minerais críticos, como lítio e nióbio. Contudo, desde maio, o governo discute um novo marco regulatório para a IA e datacenters (centros de processamento de dados).
Plano de contingência
Haddad afirmou que o governo já preparou as medidas do plano de contingência para ajudar os setores afetados pelo tarifaço do governo Trump e que deve anunciá-las até quarta-feira (6), data marcada para a entrada em vigor das tarifas. Ontem (4), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o plano está concluído e, entre outras medidas, inclui linhas especiais de crédito e ajuda para compras governamentais.
Novas exceções
Haddad não descartou a possibilidade de outros produtos serem incluídos na lista de exceções dos Estados Unidos até quarta-feira (6). Contudo, o ministro reiterou que o Brasil continuará negociando e que os termos atuais impostos pelo governo estadunidense são inaceitáveis, mas podem melhorar.
“Creio que alguma coisa [ampliação da lista de exceções] ainda pode acontecer até o dia 6. Pode acontecer, mas estou dizendo que não trabalhamos com data fatídica. Não vamos sair da mesa de negociação até que possamos vislumbrar um acordo, que precisa de interesses em comum. Nesses termos, o Brasil, evidentemente, não vai fazer um acordo, porque não tem o menor sentido na taxação que está sendo imposta ao país”, declarou Haddad.
Por fim, um dos possíveis setores beneficiados pode ser o café. Todavia, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcio Ferreira, avaliou, após se reunir com Alckmin (4), que há 50% de chances de o governo excluir o setor da tarifa de 50%.
Fonte: agência brasil