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Neste terceiro longa o personagem funciona não só como um aglutinador das diferentes personalidades do grupo, como também um espelho moral do que é ser um Guardião da Galáxia

AMIZADE: Guardiões da Galáxia Vol. 3

Guardiões da Galáxia sempre foi sobre aquele sentimento familiar e complexo que podemos chamar de amor

Guardiões da Galáxia 3 é um longa intimista. Diferentemente das produções cinematográficas recentes da Casa das Ideias, ele não está preocupado em ser o grandioso pilar que será o fundamento dos próximos filmes de quadrinhos, pelo contrário, tudo soa como uma grande despedida ao que já conhecemos e é justamente essa uma das escolhas mais poderosas da produção. Sem a preocupação de ter que criar um grande norte para o futuro ou salvar a humanidade do extermínio, a produção é capaz de se voltar totalmente para o coração de cada um dos membros do grupo e reativar sentimentos há muito adormecidos pela Marvel.

Para muito além de piadas bem localizadas e músicas que contam histórias, Guardiões da Galáxia sempre foi sobre aquele sentimento familiar e complexo que podemos chamar de amor. Uma grande junção de deslocados por um objetivo em comum e que encontram em suas diferenças um significado para a palavra “família”. Após anos sem a capacidade de sentir qualquer coisa além de diversão superficial com os filmes da Marvel, digo com tranquilidade que estava com altas expectativas para ser resgatado pelo grupo. E, enfim, voltar de alma ao MCU nem que fosse pela última vez.

No entanto, é claro que, em um grupo formado por tantos amigos, James Gunn teve que fazer a dura escolha de dar mais destaque para uns que outros, e é justamente aqui que Rocket Raccoon rouba o protagonismo para si.

O “Guaxinim” desbocado está mais sensível do que nunca no terceiro filme do grupo e tudo gira em torno de sua história de origem – que, diga-se de passagem, é de deixar até os mais céticos vulneráveis. O forte senso de amizade do personagem é muito tocante, sem falar que tudo é potencializado por ser um animalzinho super fofo, não é mesmo?

Complexidade dos Guardiões Galáxia 3

Neste terceiro longa o personagem funciona não só como um aglutinador das diferentes personalidades do grupo, como também um espelho moral do que é ser um Guardião da Galáxia. Além de um catalisador para a superação de Peter Quill, completamente derrotado e sem capacidade de liderar ninguém após “perder” Gamora. Tal decisão narrativa é um prato cheio para quem sempre quis profundidade em Rocket, que é desde do começo um dos favoritos do público ao lado de Groot, porém mais pela estranheza caricata que gera do que pela grande complexidade emocional em si. Tudo muda neste filme.

Falando sobre ser um Guardião, é fato que o grupo sempre foi um agrupamento de deslocados. No entanto, embora seja um na essência, Adam Warlock parece mais um apêndice narrativo neste filme. O personagem tem sim sua importância no andar da carruagem. Principalmente para dar o pontapé na história, mas, depois disso, surge diversas vezes do nada e gera um sentimento de estranheza. Sabe aquele amigo que você não sabe quem chamou e se realmente é bem-vindo ou só está lá por educação?

Pois então. Para uma figura tão relevante nos quadrinhos e potencialmente fundamental no futuro do MCU pelo menos no quesito de poder, faltou bastante desenvolvimento para fazer sentido estar ali. Infelizmente, pelo menos por enquanto, ele poderia ser qualquer um e teríamos o mesmo resultado narrativo.

Lágrimas

Algo que definitivamente não poderia ser qualquer um é o ser humano por trás da direção. Os Guardiões da Galáxia  3 da saga tem todas as assinaturas de James Gunn e é um abraço no peito viver isso novamente neste universo. As piadas estão lá, bem como as cenas estonteantes e criativas de ação e, é claro, uma trilha sonora digna de colocar completa no iPod. Aliás, uma das músicas favoritas deste que vos escreve é o grande plano de fundo para a conclusão das duas horas e meia de filme. Claro que não irei contar para não estragar a surpresa. Mas saibam que foi impossível segurar as lágrimas ao escutar um hino da minha geração sendo usado num momento tão bonito.

Assim como a vida, despedidas sempre geram novos começos, e em Guardiões da Galáxia não é diferente. Para quem está apreensivo pensando se nunca mais verá os tão amados personagens, calma. Sem entrar em spoilers, encare sim como um adeus, mas saiba que o futuro pertence a Kevin Feige e tudo pode acontecer. Uma coisa é certa: a essência do que é ser um Guardião está viva. E, tendo isso em mente, o melhor grupo do MCU nunca deixará de existir.

Fonte: br.ign