Proibição afeta trechos que realizados de trem em menos de duas horas e meia
A França proibiu formalmente voos domésticos em rotas curtas que podem ser realizadas de trem em menos de duas horas e meia, na última terça-feira, 23. A medida, que tem como objetivo reduzir emissões das companhias aéreas, irritou o setor.
Dessa forma, a proposta já havia incluída em uma lei climática de 2021 e já aplicada na prática, mas algumas companhias aéreas haviam pedido à Comissão Europeia que investigasse se era legal.
Porém, a lei especifica que os serviços ferroviários na mesma rota devem ser frequentes, oportunos, bem conectados e capazes de absorver o aumento do número de passageiros para atender às necessidades daqueles que, de outra forma, viajariam de avião.
por isso, a mudança exclui as viagens aéreas entre Paris e centros regionais como Nantes, Lyon e Bordeaux, com voos de conexão inalterados. Os críticos notaram que o ponto de corte para viagens de trem comparáveis é inferior às cerca de três horas que leva para viajar de Paris à cidade portuária de Marselha, por trem de alta velocidade.
O governo já havia garantido a conformidade da Air France com o plano em troca de um pacote de suporte financeiro para o coronavírus em 2020. Entretanto, muitos opositores da medida afirmam que é simbólica e não vai ter efeito reais positivos para o meio ambiente.
França e os voos domésticos
Laurent Donceel, chefe interino do grupo industrial Airlines for Europe (A4E), disse à agência de notícias AFP que os governos devem apoiar “soluções reais e significativas” para as emissões das companhias aéreas, em vez de “proibições simbólicas”.
Então, ele ainda acrescentou que “a proibição dessas viagens terá apenas efeitos mínimos” na emissão de CO2.
Sendo assim, a A4E destacou sua própria estratégia líquida zero até 2050, que inclui a mudança para combustível de aviação de fontes não fósseis e a implantação de aeronaves movidas a bateria ou hidrogênio.
Além da medida, os políticos franceses também debatem a possibilidade de reduzir as emissões de jatos particulares. Enquanto os parlamentares verdes pediram a proibição total de pequenos voos privados, o ministro dos Transportes, Clement Beaune, no mês passado, apresentou uma cobrança climática mais alta para os usuários a partir de 2024.