Ex-ministro foi escolhido como ícone da comemoração de um ano do grupo, que reforça a liderança feminina no agronegócio
Boa parte das lideranças femininas que compõem o FMA (Forbes Mulher Agro), grupo formado por cerca de 50 produtoras rurais e executivas do setor, se reuniu à noite no restaurante Ancho Beef Premium, em Ribeirão Preto (SP), durante a 29ª Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia em Ação), para comemorar um ano de atividades e homenagear Roberto Rodrigues, uma das figuras mais emblemáticas do setor, mentor – mesmo sem a pretensão de sê-lo – de muitas da mulheres que hoje integram o FMA.
Há décadas ele puxa lideranças femininas para os seus espaços. Apenas para pontuar alguns de seus feitos, porque a história desse engenheiro agrônomo se mistura com a história da agricultura das últimas décadas, ele é embaixador especial da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura); foi presidente da Aliança Internacional das Cooperativas; foi ministro da agricultura entre 2003 e 2006; visitou mais de 80 países para falar do agro brasileiro e hoje é professor emérito depois de cerca de uma década à frente do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Varga.
Rodrigues, “o semeador”, conforme o título da sua biografia lançada em fevereiro, aos 81 anos, está para se casar com a pecuarista Carla de Freitas, 62 anos, de Rondônia, que integra o FMA.
Forbes Mulher Agro
Carla é uma liderança feminina histórica e parte fundamental do movimento que criou o NFA (Núcleo Feminino do Agronegócio), o primeiro grupo do tipo fundado no país. Mas, as declarações entre os dois uma parte especial da noite para as mulheres do FMA, que, claro, convidadas para essa celebração dessa união que também é do agro. “Ela é doce feito mel, mas brava”, declarou Rodrigues no palco do evento.
Mas mais do que isso, enquanto representante do agro, Carla é um exemplo acabado da parceria de Rodrigues com as mulheres do setor ao longo da vida.
“É uma data muito especial, porque nós mulheres estamos todas reunidas para divulgar nosso trabalho como produtoras rurais nesse país maravilhoso. Então, quero agradecer muito à Forbes por juntar tantas mulheres sensacionais nesse grupo que é realmente uma referência nacional”, diz ela.
Para Helen Jacintho, produtora e presidente do FMA, Rodrigues sempre foi um grande mentor das lideranças femininas, que é um dos ativos do grupo formado pela Forbes Brasil. “Nosso grupo é de networking, o que é mais importante para nós são parcerias”, disse Helen.
Encontro
“O que aconteceu, nesse ano, foi que nos tornamos amigas e nossa relação se solidificou. A gente realmente se tornou um grupo de fato coletivo. Várias mulheres foram para conselhos, fecharam parcerias, se tornaram confidentes sobre os seus desafios. Muitas delas não se conheciam. O nosso objetivo atingido.”
O encontro do Forbes Mulher Agro apresentado por Bradesco BBI, com patrocínio da Defender e apoio de Royal Salute e G.H. Mumm, do grupo Pernod Ricard. “Para nós do Bradesco é uma alegria muito grande estar junto com a Forbes nesse evento que prestigia um setor tão importante do Brasil, que é o agro, e que prestigia as mulheres do Brasil”, disse Bruno Boetger, vice-presidente do Bradesco BBI.
Na visão de Antonio Camarotti, o CEO e publisher da Forbes Brasil, o fato do agronegócio representar mais de 25% do PIB brasileiro e 30% das propriedades agrícolas serem tocadas por mulheres, tornou mandatória a criação do grupo em 2023.
“É onde a gente promove relacionamento, troca de ideias, oportunidade de negócios. Então, é um grande prazer poder receber esse grupo, não só aqui durante a Agrishow, mas nos outros momentos em que a gente realiza esses encontros em outros pontos do Brasil”, disse ele.
Integrantes jovens
Uma das integrantes mais jovens do FMA é Diana Jank, 28 anos, diretora de marketing da marca Letti A², laticínio de Descalvado (SP), e que representa um futuro fincado em vidas já dedicadas à produção de alimentos. Mas, ela conta que, por ser de família tradicional do agro, com maioria masculina na administração da fazenda, o FMA abriu portas para uma relação mais abrangente com mulheres como ela, de negócios e em posições de destaque no setor, classificando o grupo como “um encontro de potências”.
“Ter conhecido essas mulheres, de áreas diferentes, experientes e inspiradoras, foi uma coisa muito bacana. Então, eu tenho aprendido sempre, tanto nas discussões do grupo, quanto nesses encontros”, afirmou Diana. “Quando falo dessa abertura de portas, quero dizer que me deixou em contato com muitas mulheres que admiro. Isso foi muito interessante, na formação do FMA, viabilizar essa troca e rede de apoio.”
Fonte: forbes