Os avicultores brasileiros, com a ajuda da indústria têm diversificado seu catálogo de aves, indo além do tradicional peru e do frango comum
Com uma demanda crescente por carnes diferenciadas, principalmente nesta época do ano, nomes como Chester e Fiesta entram na disputa por espaço na cesta de Natal, e assim, é importante saber a diferença entre eles, bem como peru e frango.
Vamos então entender quais as diferenças e como elas tem produção no campo, com práticas específicas de seleção genética e manejo.
CHESTER
O Chester, uma inovação no mercado avícola, é o resultado de um processo de seleção genética iniciado nos anos 1970 pela Perdigão, que agora é parte da BRF S.A., uma das maiores companhias de alimentos do mundo.
Utilizaram uma linhagem escocesa de frangos, desenvolvida para otimizar o rendimento de carne, principalmente nas coxas e no peito, depois adaptada às condições brasileiras. O nome “Chester” vem de “chest”, que significa peito em inglês, fazendo alusão à abundância de carne nessa região da ave.
Esse “superfrango” tem criação para viver mais tempo antes do abate, cerca de 50 dias, comparado aos 35 dias habituais do frango comum. Isso permite que o Chester desenvolva uma musculatura mais robusta, resultando em uma carne mais suculenta. Além disso, enriquecem a ração especial que recebem com vitaminas e minerais, promovendo um crescimento saudável e sustentável.
FIESTA
O Fiesta, é uma marca da Seara Alimentos, também uma empresa pertencente à JBS. Similar ao Chester, o Fiesta é um frango de corte especial, criado para ter mais carne, especialmente nas partes mais valorizadas como o peito e as coxas. O termo “Fiesta” invoca a ideia de celebração, posicionando o produto como ideal para ocasiões especiais.
Ambos tem comercialização como produtos premium no mercado e tem criação sob rigorosos padrões de qualidade. A produção tem controle cuidadoso, desde a genética até o manejo nutricional e de saúde, garantindo que as aves cresçam maiores e com mais carne nos locais que se deseja.
Para os produtores rurais que desejem entrar no mercado, devem procurar a JBS, porque essas marcas representam linhagens específicas de aves e requerem processos de criação detalhados. Claro que por conta disso podem oferecer um retorno financeiro maior devido ao seu valor agregado no mercado, mas a produção dessas aves exige investimentos significativos em tecnologia, treinamento e conformidade com padrões rigorosos de qualidade e bem-estar animal.
PERU
Já o peru, uma ave tradicionalmente associada às festividades de fim de ano, difere do frango tanto geneticamente quanto em seu manejo. Originário do que hoje conhecemos como México, o peru pode atingir pesos consideráveis e é criado em ciclos que lembram mais o manejo de suínos.
Dividido entre fases iniciadoras e terminadoras, o processo de criação do peru pode levar de 62 a 150 dias. Depende do sexo e do tipo de peru fêmea leve ou macho pesado. As rações fornecidas são cuidadosamente balanceadas em termos de nutrientes, variando de acordo com o estágio de crescimento do peru e tem ajustes em tamanho e consistência para corresponder ao desenvolvimento do sistema digestivo da ave.
A qualidade e o bem-estar animal são prioridades em todas essas categorias, com as empresas aplicando rigorosos critérios nas granjas e entre os produtores. A capacitação de avicultores e a aplicação de boas práticas de manejo garantem a qualidade do produto final e a sustentabilidade da produção.
Por fim, compreender as nuances de cada tipo de ave é essencial para os produtores rurais que desejam se especializar. E, assim, atender às demandas de um mercado cada vez mais segmentado e exigente. A escolha entre produzir Chester, Fiesta, peru ou frango comum deve considerar o investimento e o tempo de retorno. E além disso, o perfil do mercado consumidor a se atender.
Fonte: Pensar Agro