Levantamento da FGV aponta crescimento robusto da agropecuária
A princípio, a agropecuária foi o único setor que apresentou alta produtividade. Sobretudo, no período entre 1995 e 2021. Contudo, esse foi o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE).
Entretanto, o pesquisador do FGV IBRE, Fernando Veloso, explicou os dados do levantamento da fundação. Nos últimos 26 anos, o crescimento médio da produtividade por hora trabalhada atingiu o patamar de 5,6%.
E ainda mais, disse que esse setor difere da indústria e serviços. “Ele inseriu-se na economia internacional. Exporta bastante, importa máquinas e sofre competição com outros países. E ainda mais, usa tecnologia e consegue fazer a aplicação dela no processo produtivo.”
Comportamento diferente da indústria e serviços
“Esse é um comportamento diferente da indústria e serviços, que estão estagnados”, completou Fernando Veloso.
Ao mesmo tempo, no entanto, ele reforçou que existe uma dificuldade no Brasil. Já que 70% do emprego está no setor de serviços e na indústria.
Por exemplo, em relação ao setor de serviços, que é o que emprega mais brasileiros. Bem como, é responsável por cerca de 70% das horas trabalhadas, a produtividade também estagnou-se. Passando, dessa forma, de R$ 33,50, em 1995, para R$ 37 no ano passado (aumento de 0,4% ao ano).
“A agropecuária, o setor de alta produtividade, corresponde a menos de 20% dos empregos no Brasil. É o único que cresce, mas afeta pouco no desemprego do país. Seria importante que isso acontecesse na indústria. Bem como, em serviços também”, defendeu.
O economista ainda avalia que o Brasil tem problemas conhecidos. Como por exemplo, o sistema tributário complexo. Além do baixo índice de educação. Bem como, os problemas em infraestrutura. Mas a agropecuária conseguiu fugir de tudo isso.
“O setor se abriu para o exterior. E usa a tecnologia para aumentar a produtividade. Algo que a indústria tem tido dificuldade para fazer”, completou.
