A segunda noite do festival, na sexta-feira (17/6); as bandas se apresentam até o dia 18
Para além da vasta geografia e da múltipla expressão cultural que envolvem as margens dos rios Paraguai e Paraná, o Bonito Blues & Jazz Festival 2022 envereda pelos dois gêneros com origem no Delta do Mississippi, sem abrir mão dos afluentes e fronteiras que estão no sangue dos talentos que subirão ao palco do Hotel Selina, em Bonito, durante três noites, de 16 a 18 de junho.
É como se um time de músicos de primeira da Bacia do Prata fosse convidado para tocar no mesmo evento, com direito a sobrevoos em outros territórios, a exemplo de Portugal, Minas Gerais e cidades do vizinho Mato Grosso.
Em sua nona edição, cada vez mais internacionalizado, o festival receberá, por exemplo, nomes do Mercosul. Como o “guitar hero” argentino Hernan Tamanini e o blues-rock do The Fabis, banda de Asunción; e também formações inéditas, a exemplo do Canoa Trio, de Campo Grande, com o seu free jazz; ou propostas, de certo modo, insólitas, caso da dupla luso-brasileira Las Forasteras e seu estilo cigano.
“ Certamente nos anos anteriores já havíamos convidado atrações do Paraguai. No entanto, o que nos levou a focar no Mercosul foi o fato de a distância geográfica com os países ‘hermanos’ ser menor do que para o Rio, São Paulo e outros grandes centros do Brasil”, diz o produtor Afonso Rodrigues Jr., idealizador e coordenador geral do BBJF.
Sendo assim, a herança cultural – “que Mato Grosso do Sul tem desses países, como a polca e a sopa paraguaia, o tereré, a chipa, o chamamé correntino e muitas outras influências” – também contou na escolha. “Pensamos ‘por que não estreitarmos e mostrarmos esses laços aos turistas que nos visitam?’. Daí veio a ideia”, conta Rodrigues.
Primeira Noite
A princípio, quem abriu o Bonito Blues & Jazz Festival, na quinta-feira (16/6), dia do feriado de Corpus Christi, foi o músico Rangel Castilho, de Aquidauana (MS).
Poeta de lírica pantaneira, que transita com naturalidade tanto pelo som regional como pela música pop, o blues e o xote, Castilho, com o seu violão de aço, estará acompanhado de Gabriel Castilho na guitarra solo, Roque Insfrán no baixo e Nestor Jonathan na bateria.
Na sequência, vem a apresentação do ArtShow Trio. O grupo nasceu do encontro de três artistas – Leonardo Bugalu (voz e violão), Marcos Farim (bateria) e o ícone Zeca do Trombone – que dessa forma propõem uma fusão de suas experiências “harmônicas, melódicas e rítmicas” anteriores. Por isso no repertório, jazz, blues e samba-bossa percorrendo standards e pérolas menos conhecidas.
Logo após, para fechar a primeira noite, sobe ao palco o experimental Canoa Trio, de Campo Grande (MS), formado especialmente para o Bonito Blues & Jazz Festival, com Nini dy Castro na bateria e voz; Pedro Fernandes nos teclados e baixo; e Yan Pinheiro, na voz, guitarra, violão e trompete.
Segunda Noite do Festival de Blues em Bonito
A segunda noite do festival, na sexta-feira (17/6), terá a Free Blues Band, de Rondonópolis (MT), na abertura.
Além disso, a banda é formada por seis amigos de longa data que têm em comum a paixão pelo blues, o jazz e a música instrumental: Cesar Ramos (guitarra e voz), Gleison Lima (baixo), Yuri Merida (piano e Hammond), Abraham Merida (saxofone), Alony Paiva (bateria) e Elias Tubira (percussão).
De Cuiabá (MT), a Underground Blues será a segunda atração da sexta-feira, com um tributo a dois medalhões do blues brazuca: Renato Fernandes (1961-2015), que foi vocalista da Bêbados Habilidosos. De fato a mais tradicional banda de Campo Grande dedicada ao gênero, que se desfez em 2014, após duas décadas de atuação; e o carioca Celso Blues Boy (1956-2012), um maestro da Fender Stratocaster, aliás considerado por muitos o bluesman brasileiro por excelência.
A Underground Blues é formada por Ramon Guerreiro (vocal), Luiz Brizuela (bateria), Gustavo Faria (guitarra), Fábio Galvão (baixo), Fabrício Pimenta (guitarra) e Fabio Monteiro (sax).
Festival Blues Uno em Bonito
“Como também já fizemos em outras edições, reforçamos a ligação com Mato Grosso mostrando que, apesar de estarmos separados geograficamente, já fomos Mato Grosso Uno, o que se mostrou uma decisão acertada, pois as bandas mato-grossenses vão interagir com músicos de MS, o que já vem acontecendo na preparação do set list, com composições de autores de MS, bem como a participação de músicos locais nos shows das bandas de MT”, afirma Rodrigues.
Expoente do blues em seu país, o argentino Hernan Tamanini encerra a segunda noite. Tamanini, ao longo de mais de três décadas de carreira, percorre o mundo mostrando a originalidade com que destila seu trabalho.
Assim, em Bonito, o músico será acompanhado por três bluesmen de Campo Grande: Rick Bergamo (gaita), Renato Mendes (baixo) e Jonatas Gonçalves (bateria).
Terceira Noite
No sábado (18/6), abre a última noite do festival a dupla Las Forasteras, atração luso-brasileira, formada pela portuguesa Maria Salvação e a mineira Mila Tiso. São duas ciganas que farão uma apresentação de pegada acústica, com harmonias no duo de vozes e gaita de boca.
Em seguida, a banda Pulse, de Campo Grande (MS), mostra as suas releituras para o consagrado repertório de Pink Floyd.
A Pulse é formada por Raphael Valente (voz e violão), Daniel Bueno (bateria), Michel Scuira (baixo), Bruno Freitas (teclados e guitarra), Marcio Armoa (guitarra), Eric Phill (teclados), Nelson Weiss (saxofone) e Bruna Maia (backing vocal).
Logo depois, a paraguaia The Fabis, de Asunción, encerra o Bonito Blues & Jazz Festival com o seu blues cantado em espanhol, cheio de personalidade e arejado pela música contemporânea do país vizinho.
A banda é composta por Fabián Vicensini (voz principal e guitarra), Alexis Alcaraz (guitarra), Aaron Zorrilla (baixo), Ariel da Re (bateria) e Dominique Bernal (sax e harmônica).
Casa Nova
Neste ano, o festival será realizado no Selina Bonito Hotel (Rua Santana do Paraíso, nº 554, Centro), que aliás anuncia pacotes especiais de hospedagem incluindo ingressos para as três noites. Mais informações: (67) 9267-9160.
Em decorrência de uma querela com “alguns setores da administração pública”, a pauta do Centro de Múltiplo Uso (CMU) de Bonito. Onde foi realizado de 2016 a 2020, não foi liberada para a edição do ano passado do BBJF.
“A pessoa responsável pelo local alardeou que, enquanto estiver à frente do CMU, o Bonito Blues não acontecerá nesse local”, diz Afonso Rodrigues, que então abrigou o evento de 2021 no Sesc Bonito.
“ Entretanto, o Sesc em 2022 passa por reforma, o que inviabilizou a realização da nona edição do evento. Portanto, isto nos fez procurar uma alternativa que veio com a parceria com o Selina Bonito, que disponibilizou imediatamente suas instalações”, afirma Rodrigues.
A princípio, o festival é uma iniciativa do Instituto Internacional Visão de Vida. Realizado por La Paloma Eventos e Bolt Realizações, e, além do hotel, conta com o apoio do governo do Estado, Semagro, FundTur, M2, BonitoNet e Rede Agora.
Programação
9º Bonito Blues & Jazz Festival
A partir das 20h
R$ 40 por noite
Selina Bonito Hotel
Programação
quinta-feira 16/6
Rangel Castilho – MS
ArtShow Trio – MS
Canoa Trio – MS
sexta-feira 17/6
Free Blues Band – MT
Underground Blues – MT
Hernan Tamanini – Argentina
sábado 18/6
Las Forastera – MG/Portugal
Pulse – MS
The Fabis – Paraguai
Fonte: correiodoestado