A iniciativa já rendeu aos estudantes da Escola Estadual Professor João Magiano Pinto uma vaga entre os 20 melhores projetos em competição internacional.
Um grupo de estudantes do ensino médio em Três Lagoas (MS) estão desenvolvendo um sistema para monitorar enchentes utilizando placas eletrônicas e sensores. A iniciativa já rendeu aos estudantes uma vaga entre os 20 melhores projetos em uma competição internacional.
O cenário atual na cidade, contornada pelos rios Sucuriú e Paraná é de estiagem, mas os estudantes pensam a longo prazo. Eles querem monitorar a subida das águas no leste do estado.
“A gente queria fazer esse aviso porque aqui a gente ia ajudar a sociedade, como aconteceu no Rio Grande do Sul, que provavelmente não tinha nada para avisá-los, que dá para ver que lá nas notícias mostraram isso. Então eu e o pessoal aqui, principalmente o Ítalo, nós pensamos em fazer um projeto dessa forma, para fazer um sinal de aviso”, diz Augusto Lopes, de 16 anos.
Estudantes pensam em usar placas eletrônicas para coletar informações e enviar mensagens a população de Três Lagoas
E o aviso vem do sistema que está montado em uma caixa de isopor. A ideia é usar placas eletrônicas para coletar informações e enviar mensagens à população. Para funcionar, a caixa tem que estar perto do local a ser feita a medição. O sensor monitora o nível da água; quando sobe, por exemplo, emite um aviso. Aí entra a função de outra placa, com um chip de celular que envia mensagens, que podem ser direcionadas para a população ou para um órgão responsável, como a Defesa Civil. E uma bateria faz tudo funcionar por meio da luz solar.
“A parte técnica ainda tem alguns detalhes ou outros que precisamos melhorar. A maneira que vamos colocar o nosso trabalho na água, se nós vamos colocar uma parte fora, outra dentro, ou tudo dentro ou fora do rio. Estamos ainda em processo de reconhecimento desses detalhes que precisamos alterar”, explica Julio Cesar Pinheiro, de 15 anos.
“A gente pretende também dar uma pintada, uma envelopada para ficar bonito, né? Além de bem feito, funcional, o projeto tem que ser bonito? É, tem que ser bonito, né?”, completa Riquelme Rafael, de 17 anos.
O projeto é de alunos do primeiro ano da Escola Estadual Professor João Magiano Pinto, em Três Lagoas.
Eu e o Augusto, a gente começou a ficar animado, né? Que a gente falou, ah, vamos participar, né? O que pode dar de errado nisso aí? Aí o professor falou que tinha que ter mais pessoas no grupo, né? Tinha que ter um grupo de cinco pessoas”, lembra Ítalo Cauã, de 16 anos.
O professor de Ciência de Dados, Genilson Messias, explica que o projeto se torna inovador porque ele traz tecnologias acessíveis para os estudantes monitorar enchentes
“Eles estão trabalhando com praticamente dispositivos que têm um custo mínimo, acessível para todos. Também tem uma estrutura que não exige muitos gastos. Contudo, isso se torna para eles uma fonte de mostrarem os conhecimentos que estão adquirindo no curso de Ciência de Dados. E também trazer uma realidade para a nossa cidade, que a gente não tem isso aqui. A gente tem um rio aqui gigante, que passa muita água, então de repente pode ser implementado para prever algumas possíveis catástrofes da natureza.”
A ideia levou o grupo para uma competição internacional de uma multinacional sul-coreana. No entanto, estudantes do ensino médio de escolas públicas identificam problemas reais e precisam usar ciência e tecnologia para a solução.
Foram 1.800 projetos inscritos em todo o país e os estudantes de Três Lagoas conseguiram ficar entre os 20 melhores do Brasil. Contudo, no estado de Mato Grosso do Sul, eles são os únicos e na região Centro-Oeste só um outro projeto de Mato Grosso conseguiu se classificar.
A expectativa agora é com as semifinais, em outubro.
Fonte: agenciadenoticias.gov.ms/ Foto: Arquivo escolar