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Nos próximos anos, o crescimento econômico dos países tende a diminuir bastante, tendo uma grande escassez de trabalhadores. Foto: Freepik

Escassez de trabalhadores é novo desafio das economias, diz OCDE

Segundo Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a economia dos países entra em um novo ciclo, onde o desafio se desloca de uma escassez de empregos para uma escassez de trabalhadores

O impacto das populações envelhecidas ameaça o motor do crescimento econômico dos países, que depende de recursos humanos para produzir resultados, de acordo com um novo relatório de Perspectivas de Emprego da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), publicado (9). Segundo o cartel, isso coloca a economia dos países em uma nova era, onde o desafio se desloca de uma escassez de empregos para uma escassez de trabalhadores.

“Exatamente como esse novo tipo de economia global se desenrolará não está claro. É um momento desconcertante com indicadores aparentemente contraditórios. À medida que o número de pessoas em idade ativa estagna na OCDE, empregos estão ficando vagos mesmo enquanto pessoas perdem trabalho. E os salários mal acompanham a inflação”, explica.

De acordo com o documento, na zona do euro, por exemplo, uma em cada seis empresas na indústria e uma em cada quatro empresas nos serviços citaram a falta de mão de obra como um dos fatores que limitam a produção. Em abril de 2025.

Os números, porém, estão abaixo dos picos pós-pandemia de covid-19. Quando cerca de uma em cada quatro na indústria e uma em cada três nos serviços se queixavam do problema.

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“A persistência de escassez de mão de obra apesar da desaceleração do crescimento pode ser uma prévia desorientadora dos tempos que virão”, avalia a OCDE. Para a organização, junto aos tópicos de mudança climática e revolução digital, o envelhecimento das economias da OCDE é a terceira, “e o que podemos chamar de ‘esquecida’, megatendência que requer a total atenção dos formuladores de políticas”, ressalta.

Dentre possíveis soluções, a OCDE destaca a importância de mobilizar jovens, mulheres e migrantes, empoderar trabalhadores mais velhos, acompanhar dos desdobramentos da inteligência artificial (IA) e “fazer tudo o que estiver ao alcance”.

Mercado de trabalho

O mercado de trabalho em países da OCDE continuam a mostrar resiliência. Mas há sinais de enfraquecimento, de acordo com um novo relatório de Perspectivas de Emprego do cartel, publicado nesta quarta-feira.

Segundo o documento, no entanto, o emprego e a participação na força de trabalho atingiram níveis recordes, enquanto o desemprego permanece historicamente baixo.

“Há sinais de enfraquecimento dos mercados de trabalho, com o crescimento do emprego desacelerando e a rigidez do mercado de trabalho em muitos países. E setores voltando aos níveis pré-covid-19, embora as ‘escassezes’ de mão de obra permaneçam”, pondera.

Ainda, para a OCDE, outros fatores relevantes de serem monitorados são as incertezas geopolíticas e os aumentos nas tarifas, esperados para diminuir a atividade econômica. Desse modo, levando a uma desaceleração adicional nos mercados de trabalho.

A organização ainda ressalta que os salários reais estão crescendo em praticamente todos os países da OCDE. Mas ainda há espaço para recuperação em muitos deles. “No futuro próximo, no entanto, a recuperação salarial pode ser ameaçada pelo possível retorno da alta inflação e pela desaceleração do mercado de trabalho”, alerta.

PIB per capita

Simulações com as taxas atuais de crescimento da produtividade mostram que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) per capita pode desacelerar em cerca de 40% no período de 2024-60 nos países da OCDE. De acordo com um novo relatório de Perspectivas de Emprego do cartel, publicado nesta quarta.

O quadro reflete uma tendência de escassez de trabalhadores por muitas décadas. E, segundo o documento, todos os países da OCDE verão uma queda no crescimento per capita. Com exceção da Irlanda e Estados Unidos, caso mudanças não sejam feitas.

A organização explica que a contração projetada da parcela de pessoas empregadas na população total implica que o crescimento do PIB per capita na zona da OCDE cairá de 1% ao ano na década de 2010 para 0,6% ao ano em média no período de 2024-60. “Isso corresponde a 14% do PIB per capita perdido até 2060”, avalia.

Ainda de acordo com a OCDE, nos próximos anos, o tamanho da população em idade ativa (de 20 a 64 anos) diminuirá 8% na zona da OCDE e mais de 30% em mais de um quarto dos países integrantes. Enquanto a taxa de dependência de idosos, que aumentou de 19% em 1980 para 31% em 2023, continuará a aumentar e deve subir ainda mais para 52% até 2060.

A porcentagem de pessoas empregadas deve diminuir até 2060

Devido ao envelhecimento da população, a taxa de emprego em relação à população. Ou seja, a porcentagem de pessoas empregadas na população total – deverá diminuir 1,9 pontos porcentuais até 2060 na zona da OCDE. Sendo que na Espanha e na República Eslovaca, a queda esperada é de 10 pontos porcentuais.

O relatório sugere que os países precisam combinar mudanças nas tendências de fertilidade e políticas de imigração para atenuar desafios do envelhecimento demográfico. Do contrário, apenas aumentar taxas de fertilidade podem não ser suficientes para reverter o declínio de produtividade no curto prazo.

Fonte: cnn