Mal o setor começava a se recuperar da pandemia, vem a guerra na Ucrânia
Podemos dizer que os efeitos da guerra na Ucrânia para o turismo global são desastrosos. Assim que o setor começava se recuperar da pandemia vem o golpe do novo conflito. As consequências são cancelamentos de viagens, fechamento do espaço aéreo, o que impacta fortemente o setor devido. Pois a rotas ficam mais longas. Isso exige mais combustível. Além do que, o mesmo, por motivo da guerra, ficou mais caro. E ainda, a instabilidade do conflito também cancela os cruzeiros.
Certamente, as perdas humanas são o principal ônus da guerra. Mas, juntamente com a catástrofe humanitária, os efeitos econômicos já começam a ser sentidos em muitos setores. Sobretudo, a invasão russa na Ucrânia impacta questões políticas, econômicas e comerciais em todo o mundo. Os mercados financeiros também foram afetados. Aliás, nenhum setor econômico está imune.
No entanto, a subsistência de milhões de pessoas na Europa depende exclusivamente do turismo e das viagens. Entretanto, esse é o motivo pelo qual as agências de viagens, companhias aéreas, hotelaria e operadores de cruzeiros estão preocupados.
Após dois anos de uma pandemia que devastou grande parte da indústria do turismo, a guerra na Ucrânia é um novo golpe para o setor.
Zona de exclusão aérea, também dificulta a situação da indústria aeronáutica
Ao lado da própria indústria do turismo, está o setor aéreo. Bem como, os ataques russos à Ucrânia e os crescentes pedidos de uma zona de exclusão aérea têm sérias ramificações para a indústria da aviação. E estão, contudo, entre os efeitos danosos da guerra para turismo global.
Todavia, aviões civis da Alemanha e de ao menos outras 35 nações foram banidos do espaço aéreo russo. O que inclui: França, Polônia, Finlândia e Canadá. No fim de semana passado, a União Europeia, por sua vez, impediu que aviões russos sobrevoassem ou pousassem no território do bloco europeu. Muitos países fizeram o mesmo. Na terça-feira, foi a vez dos Estados Unidos. Eles também proibiram aeronaves russas em seu espaço aéreo.
Em 24 de fevereiro, imediatamente após os militares russos iniciarem o ataque à Ucrânia, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) deu um alerta. Avisou às companhias aéreas para não voarem perto da zona de guerra, pedindo “extrema cautela”.
A advertência se estende ao espaço aéreo da Moldávia e de Belarus. Desse modo, permanecerá em vigor por 90 dias. A menos que a agência reavalie a situação de segurança.
As companhias aéreas agora esperam um longo bloqueio das rotas de voo leste-oeste. Aliás, essas restrições colocarão pressão adicional sobre as transportadoras, de acordo com Wolf-Dietrich Kindt, da Federação da Indústria de Aviação Alemã (BDL, na sigla em alemão).
“Os voos com destino ao Extremo Oriente, que normalmente passam pela Rússia, precisam contornar a área usando rotas alternativas”, diz Kindt. “Isso significa que os voos vão demorar mais. e cobrir distâncias maiores, o que aumenta o consumo de combustível e os custos para as transportadoras”, explica.
Voos mais longos, maiores custos de combustível
A Lufthansa, a maior companhia aérea da Alemanha, afirma em seu site que em “voos para o Extremo Oriente pode haver mudanças de curto prazo nos horários de partida e chegada devido ao reagendamento de rotas de voo”. Uma porta-voz da Lufthansa disse à DW que a empresa estima que os voos para a capital sul-coreana Seul levarão 90 minutos a mais do que o normal. E os viajantes para Tóquio terão que se preparar para até duas horas a mais de viagem.
A guerra na Ucrânia também fez com que os preços do petróleo subissem, ultrapassando temporariamente a marca de 100 dólares por barril . Esse aumento nos custos de combustível incrementará ainda mais a pressão sobre o setor de aviação, que se recupera lentamente de meses de restrições de viagens relacionadas à pandemia.
Apesar das circunstâncias sombrias, o porta-voz da BDL garante aos turistas que não se preocupem em visitar o continente: “A Europa está aberta e segura. Estamos recebendo todos os hóspedes”; afirmou.
De fato, especialistas em turismo confirmaram que viagens para a Polônia ou os países bálticos, por exemplo, continuam sendo possíveis. Os turistas devem, no entanto, ter em mente que a crise humanitária que se desenrola na Ucrânia está se espalhando para os países vizinhos. Até agora, mais de 1 milhão de pessoas fugiram do país atingido pela guerra.
O cancelamento dos cruzeiros são um dos efeitos da guerra para turismo
As linhas de cruzeiro também responderam à nova situação. A Norwegian Cruise Line cancelou todas as viagens à Rússia. Logo depois, a TUI Cruises, a MSC Cruzeiros e a AIDA Cruises seguiram o exemplo. Nenhum de seus navios fará escala no porto de São Petersburgo este ano.
A Phoenix Reisen, uma agência alemã que oferece cruzeiros marítimos e fluviais, cancelou os passeios ao longo do rio Volga, na Rússia, em abril e maio. Uma porta-voz da empresa disse que outras medidas podem ocorrer.
Depois de se recuperar lentamente das dificuldades econômicas causadas pela pandemia de covid-19, o setor de viagens enfrenta ainda mais incertezas. À medida que imagens da guerra agitam viajantes em potencial. De fato, a Associação Alemã de Viagens (DRV, na sigla em alemão) emitiu recentemente uma declaração. Onde expressou esperança de que “a diplomacia prevaleça e que as operações militares russas na Ucrânia sejam interrompidas”.
Vários países europeus pediram aos cidadãos que deixem a Ucrânia. A França e os EUA também aconselharam seus cidadãos a saírem da Rússia. A Alemanha desencoraja viagens à Rússia e adverte explicitamente contra viagens ao sul do país, na fronteira com a Ucrânia.