Hoje é comemorado o Dia do Idoso e essa população mais que triplicará até o ano de 2050
Responsáveis por fazer parte de 32,9 milhões de pessoas no Brasil, idosos acima de 60 anos comemoram o Dia do Idoso nesta sexta-feira, 1º de outubro, em todo o mundo. O Dia do Idoso tem esta data porque faz referência ao dia da promulgação do Estatuto do Idoso através da Lei nº 10.741 que a tornou vigente. Este Estatuto é cada dia mais fundamental para os brasileiros, à medida que as taxas de fertilidade diminuem e a proporção de pessoas com 60 anos ou mais triplicará até o ano de 2050.
Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. Nas últimas décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos, passando dos 45,4 anos em 1940, para 75,4 anos em 2015.
Por isso, é fundamental que a sociedade planeje, de forma ordenada, a inclusão social e econômica dos idosos, garantindo igualdade de oportunidades por meio de medidas para eliminar a sua discriminação.
A data lembra a importância do envelhecimento com qualidade de vida e, em meio a pandemia da Covid-19 que ainda estamos vivendo, saúde e cuidado se tornaram termos imprescindíveis na vida da população, sobretudo a idosa, classificada pela Organização Mundial de Saúde como prioritária na prevenção da Covid-19.
Qualidade de vida
Segundo o médico geriatra e diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) Renato Bandeira de Mello, qualidade de vida é algo subjetivo: depende da percepção do indivíduo sobre o que é felicidade.
Mas, em termos gerais, acrescenta o geriatra, qualidade de vida na velhice está associada a vida ativa: a busca por hábitos saudáveis como atividade física, alimentação saudável; e a manter a mente estimulada com novas atividades. Outro fator associado à qualidade de vida na terceira idade são as relações sociais. “Isso significa contato com a família, amigos e colegas de trabalhos”, resume Mello.
Família
O papel da família para a qualidade de vida do idoso, além de relevante, está previsto em leis. “Mais do que um papel, os familiares têm obrigação com os idosos. Isso, inclusive, é respaldado pelo Estatuto do Idoso”, explica o diretor da SBGG.
Nesse sentido, o estatuto prevê que a família se envolva nos cuidados e na proteção do idoso, “respeitando os seus limites e a autonomia a fim de não o cercear de suas liberdades e desejos”, acrescenta Mello.
No entanto, o ambiente familiar é o que registra a maioria das violações de direitos da pessoa idosa. Entre os fatores que resultam em enfermidades, quedas, demência e internamentos prolongados estão a violência doméstica, os maus tratos e o abandono.
O estatuto diz que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade e dignidade, ao respeito e às convivências familiar e comunitária.
Sociedade
Definitivamente, no caso de idosos doentes que precisam de cuidado especial, além do apoio familiar é necessário o apoio da sociedade, que precisa estar atenta também às próprias mudanças que acontecem ao longo do tempo.
Há que se pensar que, no futuro, os núcleos familiares serão menores. Assim, é preciso que se encontre meios para construir uma sociedade que possa cuidar do idoso. Isto é, a qualidade de vida dos idosos depende, ainda, de infraestruturas e de relações que enxerguem esse público não apenas como consumidor, mas como potencial colaborador.
Bancos, lojas, mercados, transportes e outros serviços e estabelecimentos precisam buscar formas de inclusão, não apenas como consumidor, mas também como força de trabalho.
Políticas Públicas
Estar antenado com relação às políticas públicas, por exemplo, pode ajudar a melhorar a qualidade de vida do idoso. Ele representa a aplicação, na prática, do Estatuto do Idoso. Esse documento que preconiza o envelhecimento como um “direito personalíssimo”, e que sua proteção representa um direito social.
Acidentes
A as principais causas de mortes acidentais de idosos são atropelamento e quedas, o que, segundo seu diretor, pode levar a consequências diretas, como lesões e fraturas, e indiretas, como medo de cair e isolamento social, entre outros.
A maior parte das quedas da própria altura ocorrem em casa por falta de adaptação do ambiente, excesso de obstáculos, falta de barras de apoio, presença de piso sem antiderrapante e que são perigos contínuos na vida do idoso.
A fim de prevenir esse tipo de acidentes, que podem resultar em fraturas, traumatismo craniano, contusão muscular e, principalmente, o medo de cair novamente, o Ministério da Saúde listou uma série de dicas aos idosos (veja abaixo).