A pandemia global obrigou todo mundo a evoluir rapidamente e a adaptar-se às novas tecnologias.
Como resultado, o mercado enfrenta uma alta demanda profissional da área de tecnologia, o que está impactando não apenas a forma como as empresas operam, mas o mercado de trabalho e as habilidades necessárias para os cargos do futuro.
Por isso, o LinkedIn, uma das maiores redes profissionais do mundo, divulgou uma lista anual dos 25 empregos que mais cresceram nos últimos 4 anos e meio.
O levantamento considerou dados da rede para identificar os cargos que tiveram a demanda mais alta entre janeiro de 2017 e julho de 2021, mostrando que as áreas da tecnologia devem ser as principais responsáveis por movimentar as oportunidades no mercado de trabalho brasileiro.
Contudo, o profissional de tecnologia como o engenheiros de software, cientistas de dados, especialistas em segurança cibernética e gestores de tráfego são alguns dos cargos que mais estão sendo demandados de acordo com o estudo.
Para Gustavo Costa, sócio-fundador da Unique Group, consultoria estratégica de Recrutamento e Soluções em RH, uma das verdadeiras razões desse déficit não é somente a alta demanda do mercado ou a falta de trabalhadores capacitados.
“As empresas estão com dificuldade de contratar estes profissionais porque eles preferem o formato remoto a trabalhar presencialmente. Apesar da pandemia não ter chegado ao fim, muitas companhias começaram a voltar ao formato presencial. Por outro lado, muitos profissionais, principalmente da área de tecnologia, perceberam que conseguem fazer as mesmas entregas trabalhando de casa, sem a necessidade de ir até a empresa, perder tempo com trânsito ou gastar dinheiro com combustível ou transporte público”, comenta.
O profissional de tecnologia e o trabalho remoto
De fato, uma pesquisa realizada pela GeekHunter, plataforma de recrutamento de pessoas desenvolvedoras de software e data science, mostra que 78,27% dos profissionais que atuam na área de TI preferem manter o trabalho na modalidade remota, 19,36% indicam o modelo híbrido, com alguns dias da semana em casa e outros na sede da empresa, e apenas 2,37% gostariam de retornar ao trabalho presencial.
O levantamento foi feito com 718 profissionais da base de candidatos da empresa.
O cenário precisa ser levado a sério e, muitas vezes, falta sensibilidade por parte das organizações para lidar com essa questão. “Para reverter a situação, as empresas poderiam entender o lado não só dos profissionais de tecnologia, mas de toda a população, uma vez que 46% dos trabalhadores no Brasil preferem o modelo híbrido, segundo dados do Gartner.
Sendo assim, ao invés de prevalecer a exigência do trabalho presencial, talvez ir até a empresa em alguns dias da semana ou do mês poderia ser melhor para os trabalhadores”, finaliza Gustavo Costa.
Fonte: tiinside