A combinação de tempo seco e quente tem favorecido a propagação das chamas
Em agosto, o Pantanal enfrenta uma crise de incêndios alarmante, com o município de Corumbá concentrando cerca de 70% da área queimada. Nos primeiros cinco dias do mês, o bioma já contabilizou 1.363 focos de incêndio, um número que supera o total registrado em julho e revela um aumento de 11,9% em relação aos 1.218 focos do mês anterior.
Dessa forma, com uma média diária de 272,6 queimadas, se a tendência continuar, agosto pode terminar com impressionantes 8.450 incêndios.
O Pantanal, conhecido por sua rica biodiversidade, tem enfrentado um aumento dramático nas queimadas ao longo do ano. Mas, de 246 focos em maio, o número saltou para 2.639 em junho.
Por isso, embora uma intervenção coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) tenha reduzido temporariamente os incêndios em julho, a situação piorou rapidamente, com 420 focos registrados no último domingo (4/8).
A combinação de tempo seco e quente tem favorecido a propagação das chamas. Nesta terça-feira (6/8), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de baixa umidade para várias regiões, incluindo Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins, com índices podendo cair para 12%. Esta condição aumenta o risco de incêndios florestais e afeta a saúde humana, causando ressecamento da pele e desconforto respiratório.
Corumbá área queimada
Este ano, os incêndios já destruíram mais de 1,3 milhão de hectares do Pantanal, representando 8,7% do bioma. As imagens nas redes sociais mostram céus avermelhados, fumaça densa e fauna em perigo, incluindo a morte de filhotes de onça em Mato Grosso do Sul, gerando comoção nacional e internacional.
Em Corumbá, a situação é especialmente crítica, com a região enfrentando a pior seca em 70 anos, de acordo com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ). Então, a estação meteorológica em Nhumirim registrou temperaturas máximas de 35,4°C e umidade relativa do ar mínima de 17%.
Para enfrentar a crise, uma força-tarefa com aproximadamente 980 profissionais está em ação, utilizando 19 aeronaves e 37 embarcações no combate aos incêndios. O governo estadual e federal, junto com brigadistas, militares e diversas instituições, está dedicado ao controle da situação.
Sendo assim, a recente Lei 14.944/2024, sancionada no final de julho, estabelece a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, promovendo técnicas sustentáveis e proibindo o uso do fogo no bioma até o final do ano. A campanha “Fogo no Pantanal é Crime” e o reforço nas medidas de fiscalização visam combater e prevenir o uso ilegal do fogo.
