Essa é a segunda vez seguida que o Comitê mantém a taxa inalterada, após uma sequência de 12 altas
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.
Sendo assim, o atual patamar é o mais alto desde novembro de 2016, quando a taxa básica estava em 14% ao ano.
Essa é a segunda vez seguida que o Comitê mantém a taxa inalterada, após uma sequência de 12 altas. Iniciada em março de 2021, quando a Selic estava em 2% ao ano. Aliás, a última reunião em que a taxa foi alterada, em 3 de agosto, houve alta de 0,5 ponto percentual.
Em comunicado sobre a decisão, o Comitê justifica apontando para ambiente externo negativo, pressão inflacionária e volatilidade nos ativos financeiros. Sobre o cenário doméstico, o Copom destaca a inflação persistente, “apesar da queda recente concentrada nos itens voláteis e afetados por medidas tributárias”. Mas que “a inflação ao consumidor continua elevada”.
O comunicado ressalta ainda que “as diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, e que, em relação à atividade econômica brasileira, “o conjunto dos indicadores divulgado desde a última reunião do Copom sinalizou ritmo mais moderado de crescimento.”
Na primeira decisão de manutenção da taxa, em 21 de setembro, o comunicado do Copom apontava que, apesar da manutenção, não estava descartada nova alta caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado.”
Copom e a taxa Selic
A taxa básica de juros é um mecanismo de bancos centrais para controle da inflação, cenário que tem afetado diferentes economias pelo mundo. No Brasil, embora o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), que mede a inflação oficial do país, aponte para uma desaceleração na alta dos preços. O índice ainda está longe do centro da meta definida pelo Banco Central, de 3,5%. Com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos.
A decisão do Copom desta quarta-feira está alinhada com a expectativa do mercado. Que avalia que os juros já estão em um nível suficientemente alto agora e de que a inflação começou a dar os primeiros sinais de arrefecimento, de acordo com bancos e corretoras consultados.
Isso não significa, porém, que o Brasil voltará a ver em breve um cenário de preços controlados e juros baixos. Assim, na visão dos analistas, o alívio na inflação será lento, e os juros só devem voltar a baixar em meados de 2023.
De acordo com o Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central. A expectativa geral do mercado é de uma Selic nos mesmos 13,75% até o final de 2022 e a 11,25% – uma taxa ainda de dois dígitos – ao fim de 2023. Os números consideram a mediana das projeções de mais de 100 bancos e casas de análise consultados pelo BC.
Fonte: agenciabrasil