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COP29, aprovou recentemente o mercado global de créditos de carbono, com o intuito de ajudar empresas que não conseguem diminuir suas emissões de acordo com normas ou legislações locais. Foto: Agência Brasil

COP29 aprova mercado global de créditos de carbono

Há tempo se esperava por essa regulação, o acordo tem suscitado críticas, mas um novo adiamento não parecia ser a melhor alternativa, a crise climática demanda ações urgentes

Graças a COP29, empresas que não conseguem diminuir suas emissões de acordo com normas ou legislações locais podem comprar créditos de carbono daqueles que reduziram mais do que o especificado ou evitaram um aumento de emissões. Faltava uma regulação para dar segurança a essas trocas internacionais. Estima-se que isso poderá movimentar 250 bilhões de dólares por ano.

A ideia de comercializar a redução de emissões ou a captura de gases de efeito estufa surgiu na década de 1990, foi delineada pelo Protocolo de Quioto em 1997 e está presente no Acordo de Paris de 2015. Faltava sua regulamentação internacional. Uma padronização se fazia necessária.

A ideia é simples: se uma organização reduz suas emissões além do que a legislação do país de origem especifica, ela pode comercializar esse montante extra de emissões evitadas. Dessa forma, outra organização que tenha emitido além do especificado, pode comprar a redução de emissões da primeira empresa. Uma organização paga para a outra promover a redução que ela não consegue fazer.

COP29 aprova mercado global de créditos de carbono, entenda melhor sobre o assunto a seguir

Na prática, é uma conta de soma zero no que se refere às emissões, mas os benefícios podem ir muito além da aritmética elementar. Uma forma de obter créditos de carbono é patrocinar projetos de restauração florestal ou de redução do desmatamento. Além da captura do excedente de emissões, a recuperação ou preservação de biomas gera benefícios diretos ao meio ambiente e ao clima.

Ao longo dos últimos anos, países colocaram isso em lei. Os limites de emissões para diversos tipos de atividades foram especificados, assim como as formas de compensar eventuais excedentes. Também especificaram como auditar e certificar esses processos. Esse é o chamado mercado regulado.

Com a aprovação na COP29, esses obstáculos foram superados. Já não era sem tempo, pois a crise climática demanda soluções “para ontem”. Há muito a fazer, tanto na recuperação de biomas quanto na transição energética.

Críticas

A celebração desse documento não ficou isenta de críticas. Ativistas desaprovaram partes do acordo por não proteger adequadamente os direitos humanos das comunidades afetadas pelos projetos. Contudo, alguns negociadores expressaram insatisfação com a forma como conduziram o acordo, alegando pouca participação no processo de decisão.

Há pontos que podem ser aprimorados. Um acordo que agrade a todos é difícil. Avanços e detalhamentos poderão ser submetidos à COP30. Não poderíamos mais ficar esperando por um acordo “ideal”, pois os problemas gerados pela crise climática demandam ações urgentes.

Postergar ainda mais esse tipo de resolução não parecia ser a melhor alternativa.

Fonte: cnn