A origem do brasileiro Arthur diria que ele seria improvável na chegada e conclusão de três cursos em Harvard, a temida e super exigente universidade americana
O mineiro Arthur Abrantes, de 26 anos, tornou-se o 1º brasileiro negro a se formar na Universidade de Harvard. Uma das instituições de ensino privado mais prestigiadas do mundo, sediada nos Estados Unidos. Ele se formou em Computação, bem como, em Psicologia e Francês.
Assim, a cerimônia ocorreu há cerca de um mês. Dessa forma, em suas redes sociais, Arthur dedicou seu sucesso ao pai, Wariston, que faleceu em 2018, durante seu segundo ano de graduação.
Arthur Abrantes nasceu e se criou em Paracatu, região Noroeste de Minas Gerais. Ele sempre estudou em escolas públicas. Além disso, não pensava em ir para uma universidade após a conclusão do ensino médio. Durante esse período, no entanto, enquanto estudava no Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), assistiu a uma reportagem sobre Tabata Amaral (PSB), a atual deputada federal eleita pelo PDT. Na época, Tabata era uma estudante brasileira recém-aprovada em Yale. Outra universidade estadunidense.
Mas com a possibilidade de obter bolsa integral por necessidade financeira, Arthur começou a trabalhar para que pudesse seguir o mesmo caminho. “Nem passava pela minha cabeça fazer uma universidade nem no Brasil, quanto mais fora. Meu pai não teve a oportunidade de estudar, mas quis isso para os filhos”, conta ele.
Dedicação
Quando passou no IFTM, Arthur conta que começou a perceber que tinha grandes chances de ir para o ensino superior. E, desse modo, passou a estudar inglês por conta própria através da internet. Estudou também com aplicativos e séries televisivas, além de se esforçar para manter notas altas na escola. Do mesmo modo, buscou conciliar as atividades com as demais extracurriculares que são exigidas para o ingresso em universidades estrangeiras. Assim como, esportes, teatro, grupo de robótica e competições científicas.
Apesar de todo o trabalho para construir um currículo acadêmico denso, o jovem ainda não tinha pois condições financeiras para estudar nos EUA. Foi então que, em 2015, logo que se formou no ensino médio, Arthur foi selecionado para participar do projeto Jovens Embaixadores (JE). Uma iniciativa oficial pois do Departamento de Estado Norte-americano, coordenado no Brasil pela Embaixada e Consulados dos EUA. O projeto arca com os custos das passagens aéreas do transporte e da estadia dos estudantes.
Com origem em 2002, o projeto é basicamente um intercâmbio de curta duração nos EUA para estudantes brasileiros do ensino médio da rede pública. Entretanto, para participar, é necessário preencher uma série de pré-requisitos. Como por exemplo, ter entre 15 e 18 anos, além de ter boa fluência em inglês e nunca ter viajado para os EUA. Assim também, o candidato deve possuir bom desempenho escolar, estar engajado em iniciativas de empreendedorismo ou de impacto social em sua comunidade, entre outros.
Inspiração
Fascinado pelo país, Arthur tirou o ano de 2015 para se dedicar às candidaturas às universidades estadunidenses. Contando, sobretudo, com o apoio financeiro e de mentoria da Fundação Estudar. Ao final do processo, o brasileiro passou em sete universidades com bolsa integral e optou por Harvard.
Atualmente, ele continua morando nos EUA. E trabalha como engenheiro de software em uma startup estadunidense. Mas sonha em fundar sua própria empresa. E, dessa forma, trabalhar como empreendedor, impactando a vida das pessoas. Ele também possui um perfil no Instagram, onde ensina seu público a se aplicar para universidades nos Estados Unidos. Desse modo, Arthur expressa sua vontade de inspirar outras pessoas.