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Além da Al Rihla, 70% das bolas de futebol do mundo tem produção em uma das mil fábricas da cidade

Conheça a cidade que concentra 70% da produção global de bolas

Mais de 80% das bolas de futebol feitas em Sialkot costuradas à mão, e um processo trabalhoso que torna a bola mais durável e oferece maior estabilidade

Em todo o mundo, as atenções estão voltadas para as partidas da Copa do Catar e uma das estrelas’ em campo é a Al Rihla, da Adidas, a bola oficial do campeonato, o que muita gente não sabe é que a pelota é feita em Sialkot, uma cidade no nordeste do Paquistão localizada perto da fronteira com a Caxemira.

Além da Al Rihla, 70% das bolas de futebol do mundo tem produção em uma das mil fábricas da cidade.

Assim, cerca de 60 mil pessoas trabalham na fabricação de bolas de futebol – ou cerca de 8% da população da cidade. Frequentemente, eles trabalham por longos períodos e praticamente tudo é feito manualmente.

Aliás, mais de 80% das bolas de futebol feitas em Sialkot costuradas à mão, e um processo trabalhoso que torna a bola mais durável e oferece maior estabilidade aerodinâmica. Além disso, as costuras são mais profundas e os pontos têm maior tensão do que os costurados com máquinas.

Mesmo para uma região pobre, os salários são baixos. Na Anwar Khawaja Industries, os trabalhadores recebem cerca de 160 rúpias — cerca de US$ 0,75 — por bola, sendo que cada um leva três horas para ser concluída.

Contudo, se conseguir finalizar três bolas por dia, um costureiro pode ganhar cerca de 9.600 rúpias por mês (US$ 43). Em Sialkot, o salário mínimo é de cerca de 20.000 rúpias por mês, o equivalente a US$ 89.

Copa do Mundo : Trabalho infantil foi proibido na cidade das fábricas

As mulheres são a maioria dos trabalhadores nas fábricas de bola da Copa na cidade. Nas indústrias Anwar Khawaja, em um dia normal, elas costumam costurar duas bolas, fazem um intervalo para voltar para casa e cozinhar para os filhos e, à tarde, continuam com o trabalho em um vilarejo vizinho.

Já os homens geralmente trabalham em diferentes estágios do processo de fabricação, preparando materiais ou testando a qualidade do produto. Sendo assim, as bolas passam por testes rigorosos, como o de esfericidade, para atender aos padrões da Fifa.

Até 1997, quando tiveram a criação de novas regras trabalhistas, as fábricas em Sialkot empregavam crianças de até 5 anos junto com seus pais. A proibição do trabalho infantil teve apontamento como uma forte ameaça à indústria da cidade em um relatório publicado em 2016.

Segundo o documento, a nova lei “tirou toda uma fatia de uma geração qualificada em potencial”, levando a uma escassez contínua de trabalhadores.

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Cidade de Silskot (de Gulan Khan)

Para as ligas europeias, material vem do Japão

Confeccionados em algodão, poliéster e poliuretano, os componentes do couro sintético da bola vêm de diversos países. Os materiais chineses tem uso ​​em bolas mais baratas, enquanto os sul-coreanos utilizados nos modelos de maior qualidade.

Para quaisquer bolas destinadas à Bundesliga alemã ou outras ligas europeias, tem uso ​​materiais provenientes do Japão.

Cada bola tradicional é composta por 20 hexágonos e 12 pentágonos unidos por 690 pontos. No entanto, um número crescente de bolas de futebol agora é colada com cola quente, um processo chamado de colagem térmica.

Assim, essas bolas ainda são de alta qualidade. Aliás, são mais baratas de produzir, porém seu transporte é mais caro. E, ao contrário de uma bola costurada, não podem ser esvaziadas ou consertadas.

Em todo o mundo, vendidas cerca de 40 milhões de bolas de futebol por ano e, certamente, as vendas devem aumentar durante a Copa do Mundo.

Fonte: extra