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Os esmaltes em gel que requerem exposição à luz UV ou LED para endurecer e secar existem desde pelo menos a década de 1980

Como o esmalte em gel pode gerar problemas de saúde?

As alergias são um dos muitos efeitos colaterais registrados pelos pesquisadores ao longo dos anos

Para a maioria das pessoas, o esmalte em gel nunca causaria problemas de saúde. No entanto, para alguns, pode desencadear uma vida inteira de alergias a vários produtos médicos e a obturações e implantes dentários que contêm acrilato. Um composto químico essencial nessas manicures e pedicures.

Assim, os esmaltes em gel que requerem exposição à luz UV ou LED para endurecer e secar existem desde pelo menos a década de 1980. E oferecem um acabamento mais duradouro e brilhante sem o tempo de secagem regular de 30 minutos. No entanto, se uma manicure ou qualquer outra pessoa usar esses esmaltes de gel de acrilato de forma incorreta, é mais provável que surjam alergias. Uma reação leve pode envolver coceira e vermelhidão no leito ungueal (a parte abaixo das unhas); uma reação grave pode causar enfraquecimento ou perda das unhas e até mesmo insuficiência respiratória.

Em parte, é por isso que os médicos fazem um alerta para as pessoas, que compram kits de manicure em gel. Sobre os riscos desse procedimento e das precauções que podem ser tomadas para que o trabalho seja feito com segurança no salão ou em casa. Quando se desenvolve uma alergia aos acrilatos, os médicos afirmam que ela geralmente se torna permanente. É um problema que vai além dos cuidados com as unhas, pois os acrilatos são usados em folheados, colas cirúrgicas e até mesmo em extensões de cabelo e cílios.

Aliás, as alergias são um dos muitos efeitos colaterais registrados pelos pesquisadores ao longo dos anos. Um novo estudo examinou até mesmo o risco de câncer que a luz ultravioleta dos secadores do esmalte em gel pode causar.

Os especialistas explicam como funcionam os esmaltes em gel, os sinais de que você pode ser alérgico e como utilizar o produto com segurança.

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O que há no esmalte em gel?

A popularidade do esmalte em gel aumentou em parte devido à maior resistência e durabilidade, em comparação ao esmalte tradicional. Diz Reena Mehta, médica de alergia e asma em Nova Orleans, Estados Unidos.

Como explica Mehta, uma das principais diferenças entre o esmalte em gel e outros é o uso de uma lâmpada UV ou LED para secar o esmalte. Resultando em um trabalho de longa duração. Normalmente, há várias camadas e cada uma delas é seca antes da aplicação da próxima.

Aliás, um dos motivos pelos quais os esmaltes em gel são duráveis é o fato de incorporarem um produto químico chamado acrilato, que pode vir na forma de pó ou líquido.

“A manicure aplica pó de acrilato em suas unhas e, em seguida, você as coloca sob uma fonte de luz. Que ajuda a iniciar a reação para transformar o pó em uma substância semelhante a um plástico que dura muito tempo”. Explica Rajani Katta, médico e professor de dermatologia da McGovern Medical School, da Universidade do Texas em Houston, EUA.

Esses acrilatos podem desencadear uma reação alérgica, e não apenas em serviços de “manicure em gel”.

“Como abordagem geral, as unhas artificiais, de acrílico, de gel e de seda são todas iguais”, diz Karin Pacheco, alergista e médica de medicina ocupacional no Colorado, EUA. Ela acrescenta que qualquer serviço de manicure que exija exposição a raios UV “é uma unha à base de acrilato”.

Certos tipos de acrilatos tiveram proibição pela Food and Drug Administration (FDA). Mas muitos deles ainda existem em produtos para unhas.

Como é uma alergia ao esmalte em gel?

Não está claro qual é a proporção de pessoas que usam esmalte em gel que sofrem uma reação alérgica ou o que torna alguém predisposto à alergia. “Mas o que sabemos é que quanto maior a frequência e o tempo de uso, maior a probabilidade”, diz Deirdre Buckley, dermatologista de Bath, no Reino Unido. Se você for exposto por muitos anos, é mais provável que se torne alérgico.”

Uma reação alérgica comum é a dermatite de contato, uma condição na qual a pele pode ficar vermelha, irregular, escamosa, com coceira ou inchada no ponto de contato com o alérgeno, diz Mehta. Esses sintomas, quando ativados por esmalte em gel, geralmente ocorrem nas mãos, nos dedos ou nos pulsos; áreas que são comumente tocadas, como o rosto, o pescoço e as pálpebras, também podem ser afetadas. As reações alérgicas também podem aparecer nos dedos dos pés ou nos pés, mas parecem ser menos comuns.

De acordo com Buckley, também houve casos em que os usuários relataram coceira ao redor das dobras das unhas, perto de onde o esmalte foi aplicado.

“Eles podem perceber que as unhas estão se danificando e se soltando nas extremidades e, às vezes, isso ocorre na ausência de qualquer coceira ou erupção cutânea nas pontas dos dedos. Pode ser que as unhas comecem a cair. Isso se deve à alergia”, diz ela.

Em casos graves, os indivíduos podem ter problemas respiratórios se forem constantemente expostos a altas concentrações da substância. Isso significa que as manicures correm um risco maior de sofrer efeitos respiratórios. Buckley pondera que seria um caso extremo o cliente ter uma reação respiratória. “Como cliente, você já precisaria ser altamente alérgico para se preocupar com esse efeito.”

Em termos de tratamento, os especialistas recomendam a remoção do esmalte. Bem como o tratamento com esteroides tópicos. Portanto, evitar a doença também é importante. “Se você desenvolver dermatite, ou seja, uma erupção cutânea vermelha, inchada e dolorosa na pele ao redor da unha. Isso indica que você provavelmente é alérgico ao esmalte, e não é uma boa ideia repetir essa exposição”, diz Pacheco.

Como utilizar com segurança

O aumento das alergias ao acrilato tem implicações que vão além dos cuidados com as unhas.

“Uma vez desenvolvida a dermatite de contato alérgica a qualquer substância que a tenha desencadeado, essa reação é quase sempre vitalícia”, diz Katta. “O motivo pelo qual isso é tão importante nas alergias a acrilatos é que esses produtos químicos usados para outros fins.” As substâncias usadas na medicina, inclusive na prática odontológica, em próteses e produtos para diabéticos.

Os especialistas entendem que algumas pessoas talvez não queiram recorrer a outras alternativas menos duráveis. Entretanto, eles incentivam os frequentadores de salões de beleza a tomar certas precauções e sugerem que as manicures usem luvas de nitrilo para se protegerem contra o composto.

“Uma das coisas mais importantes é ter certeza de que você está indo a um salão que realmente entende o quanto esses produtos químicos podem ser perigosos”, alerta Katta. “Você quer ter certeza de que eles são extremamente cuidadosos com o pó ou líquido de acrilato, que ele não está nos balcões, que ele está sendo aplicado com muito cuidado e que esses produtos químicos não estão entrando em sua pele.”

Fonte: nationalgeographicbrasil