73% dos investidores do agronegócio aplicam os recursos apenas em LCAs, enquanto 9% investem em CRAs
O agronegócio está conquistando espaço no mercado de capitais, segundo um estudo divulgado pela B3, o número de investidores pessoas físicas que aplicam em produtos relacionados ao setor – sejam os de renda fixa. Como LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio) e CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), sejam os de renda variável, como Fiagros (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais) – alcançou 1,6 milhão. Os dados são de dezembro de 2022.
Assim, o acréscimo de 793 mil investidores representa um salto de 95%, se observado o número de investidores do agronegócio em 2021, que era de 834 mil.
No entanto, o volume aplicado nestes três tipos de investimento somava R$ 411 bilhões no final de 2022, um avanço de 79% em relação aos R$ 230,1 bilhões de 2021.
O volume aplicado em 2022 já representa 19,5% do total investido na renda fixa (R$ 1,6 trilhão) e renda variável (R$ 459 bilhões) juntos. A participação em 2021 representava apenas 14%.
Assim, o saldo mediano por investidor nos investimentos do agronegócio foi de R$ 51,7 mil.
Investidores por tipo de produto
73% dos investidores do agronegócio aplicam os recursos apenas em LCAs, enquanto 9% investem em CRAs.
Um destaque fica com os Fiagros, que teve um salto de 100 mil investidores em 2022 na comparação com dezembro de 2021. Aliás, o número de pessoas físicas correspondia a 7% do 1,6 milhão.
Os Fiagros começaram a ser negociados na B3 em agosto de 2021. Até dezembro de 2022, havia 33 fundos disponíveis na Bolsa. Dessa forma, com mais de R$ 5,2 bilhões em estoque.
Em fevereiro, dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) revelam que o patrimônio líquido da indústria de Fiagros chegou a R$ 10,5 bilhões. Entre fundos listados e não listados, eles somavam 46. O número de contas investindo nos Fiagros alcançou 255 mil.
Segundo a B3, é possível investir nos Fiagros com cerca de R$ 100. Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3, acredita que essa visão setorial é relevante para mostrar que recursos privados, de pequenos investidores, estão ajudando a impulsionar setores importantes da economia, enquanto geram rendimentos.
“A lógica do mercado de capitais é justamente essa, trazer o capital privado para o setor produtivo, e vemos isso ganhando cada vez mais força no Brasil. Assim, dando chance de as pessoas físicas integrarem esse ciclo”, afirma Paiva.
Investidores no agronegócio
Os Fiagros que tem atraído mais investidores são aqueles do tipo FII, que reproduzem a estrutura dos fundos imobiliários e investem majoritariamente em CRAs. Assim ,eles são conhecidos por entregar dividendos mensais elevados, por estar atrelados à taxa do CDI – principal indexador da renda fixa, que acompanha a Selic.
Segundo levantamento, em fevereiro a taxa média de retorno com dividendos (dividend yield) dos Fiagros tipo FII foi de 1,35% ao mês. Dado que os dividendos dos Fiagros são isentos de Imposto de Renda. O dividend yield equivale a um retorno de 1,59% fazendo a conta com o gross-up da tributação.
Além disso, o Fiagro que mais pagou dividendos entregou um retorno de 1,64% no mês.
Há ainda outras duas categorias: o Fiagro FDIC, que investe em direitos creditórios, e Fiagro-Fip que aplica em participações de empresas do setor. A expectativa é que neste ano as três categorias sejam unificadas, quando a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicar a regulação definitiva desses fundos.
Fonte: infomoney.