Minas Gerais, Acre e Distrito Federal decretaram estado de emergência devido ao avanço da doença
Casos de dengue cresceram 170% no Brasil nas três primeiras semanas de 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Minas Gerais, Acre e Distrito Federal decretaram estado de emergência devido ao avanço da doença.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), esse aumento tem relação com o calor excessivo combinado às chuvas intensas, efeitos associados ao fenômeno climático El Niño. A volta dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no país também influencia o cenário.
Assim, com a escalada de casos, vem a dúvida: dá para prevenir a doença? A resposta é: sim. Explicamos abaixo os principais pontos sobre a dengue, incluindo sintomas, transmissão e medidas para evitá-la.
Entenda a dengue
- A dengue é causada por infecção pelo vírus da família Flaviviridae, do gênero flavivírus.
- Considerada uma arbovirose, porque se trata de um vírus transmitido por meio de artrópodes, os mosquitos da família Aedes, em especial o Aedes aegypti, o mesmo da febre amarela.
- Esse vírus apresenta 4 sorotipos diferentes, que são conhecidos como DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Principais sintomas da dengue
Os sintomas da dengue são variados, mas as manifestações mais comuns são:
- Eritema (mancha vermelha parecidas com alergia);
- Dor no corpo;
- Mialgia (dor muscular);
- Fadiga;
- Dor de cabeça;
- Dor no fundo dos olhos;
- Febre (maior que 38,5ºC);
- Perda de apetite;
- Dor abdominal
Muitas vezes, os sintomas são leves e passam sozinhos (são autolimitados). A febre, por exemplo, pode não ser alta, e nem será acompanhada de dor de cabeça.
Sintomas da dengue em casos graves
Os sintomas da dengue em casos graves são semelhantes ao da doença leve. Aliás, a diferença é que no terceiro ou quarto dia da infecção ocorre choque hemorrágico (a pessoa perde sangue, o que faz com que o seu coração perca a capacidade de bombear a quantidade necessária para nutrir vários órgãos do organismo), e desidratação severa. Os sinais de alerta são os seguintes:
- Dor abdominal intensa;
- Vômito persistente;
- Respiração acelerada;
- Sangramento de mucosa ou outra hemorragia;
- Fadiga;
- Agitação ou confusão mental
No entanto, algumas pessoas ainda apresentarão quadros neurológicos, como convulsões e irritabilidade.
Como é a transmissão da dengue?
No Brasil, os vírus da dengue são transmitidos pela fêmea do mosquito. Assim, quando ela pica uma pessoa infectada, ela também é infectada pelos vírus e, a partir daí, as próximas pessoas que ela picará serão também infectadas.
Aliás, outra forma de infecção da fêmea do mosquito é hereditária: as fêmeas nascidas da fêmea infectada já nascem com o vírus e com a capacidade de contaminar.
Dá para prevenir?
A prevenção é possível e começa evitando a procriação do seu vetor. O Aedes aegypti é um inseto urbano atraído por reservatórios de água, porque as fêmeas depositam os ovos na superfície da água limpa. Tais recipientes podem ser:
- Latas e garrafas vazias;
- Pneus;
- Calhas;
- Caixas d’água descobertas;
- Pratos de vasos de plantas;
- Ou qualquer outro meio capaz de armazenar água da chuva
Outra forma de prevenção é vacinar-se. Está marcado para fevereiro de 2024 o início da campanha de vacinação contra a dengue pelo SUS.
A vacina utilizada será a Qdenga, disponível em duas doses. Assim, ela pode ser aplicada tanto em quem já teve dengue quanto em quem nunca foi diagnosticado com a doença.
Além disso, no SUS, terão prioridade crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Na rede particular, o preço da vacina varia entre R$ 300 e R$ 450 por dose. Assim, qualquer pessoa entre 4 e 60 anos pode receber o imunizante, exceto grávidas, lactantes e imunocomprometidos.
Fuja do mosquito
Se não tomou a vacina, você pode investir em alternativas preventivas para reduzir o risco de ter contato com o mosquito, como:
- Evite circular por áreas endêmicas ou com a presença do inseto;
- Instale telas de proteção em janelas e portas para evitar o acesso do mosquito aos ambientes internos;
- Use mosquiteiros;
- Use repelente;
- Prefira roupas que protejam os braços, pernas ou qualquer área exposta
Fonte: uol