A relação é atualizada semanalmente pelo Governo Federal, o artista nega envolvimento com o caso
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) incluiu (7) o cantor Leonardo, na “lista suja” do trabalho escravo no Brasil. O MTE atualiza semanalmente essa relação e divulga os nomes de empregadores que submetem funcionários a condições de trabalho análogas à escravidão.
O relatório aponta que o MTE incluiu Leonardo — cujo nome verdadeiro é Emival Eterno da Costa — na lista após realizar uma inspeção na Fazenda Talismã, no interior de Goiás, em novembro do ano passado.
A saber, o MTE incluiu 176 empregadores nesta edição da “lista suja”, sendo 20 deles por práticas de trabalho análogo à escravidão no âmbito doméstico. No entanto, já entre as atividades econômicas com maior número de inclusões no cadastro estão a produção de carvão vegetal, a criação de bovinos, a extração de minerais e o cultivo de café e a construção civil.
Os fiscais descobriram que, na propriedade do artista, avaliada em R$ 60 milhões, seis trabalhadores, incluindo um adolescente de 17 anos, atuavam em “condições degradantes”. Com acesso a detalhes do documento, o jornal O Globo publicou que os funcionários dormiam em uma casa abandonada na região, sem acesso a água potável e banheiro. Improvisei as camas com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. Contudo, o lugar estava ainda infestado de insetos e morcegos e exalava “odor forte e fétido”.
O cantor afirma que as irregularidades ocorriam em áreas arrendadas
A assessoria de imprensa do cantor afirmou ao O Globo que o Governo identificou irregularidades em uma área que o cantor arrendou para um produtor de soja. No entanto, os assessores ressaltaram ainda que, à época, responsabilizaram os arrendatários.
“Tudo foi julgado. Leonardo, inclusive, pagou multa”, disse um dos representantes do artista ao jornal.
O músico vai processar para saber o motivo de ter sido incluído na lista, mesmo com os trabalhadores indenizados.”Ele não faria nada errado. Contudo, Leonardo não foge da Justiça. Portanto, parece que houve um lapso dos advogados”, acrescentou uma fonte próxima a ele.
Segundo o MTE, a inclusão de pessoas físicas ou jurídicas no cadastro “ocorre somente após a conclusão do processo administrativo que julga o auto específico de trabalho análogo à escravidão, resultando em uma decisão administrativa irrecorrível de procedência”. “Importante destacar que, mesmo após a inserção no Cadastro, conforme estipulado pelo artigo 3º da Portaria Interministerial que o regulamenta, o nome de cada empregador permanecerá publicado por um período de dois anos”, completa o órgão.
‘Não me misturo nessa lista suja’, diz Cantor Leonardo
Nas redes sociais, Leonardo disse que ficou “surpreso” e “muito triste” com a notícia da inclusão de seu nome na “lista suja” do Ministério do Trabalho. No entanto, ele explicou que arrendou parte da Fazenda Talismã em 2022 para plantação de soja e disse desconhecer as circunstâncias a que os trabalhadores da propriedade estavam sendo submetidos.
“Não conheço quem estava lá naquelas casinhas, quem os colocou [os funcionários] naquelas casinhas. […] Já plantei tomate, sei como é. […] Há um equívoco muito grande sobre a minha pessoa. […] Eu não me misturo nessa lista que fizeram de trabalho escravo. Sou totalmente contra esse tipo de coisa, totalmente contra, vou ser sempre”, disse.
Fazenda Talismã
Em conclusão, a Fazenda Talismã, uma das propriedades de Leonardo, localiza-se em Jussara, no interior de Goiás, e está avaliada em R$ 60 milhões. Contudo, o local ocupa cerca de mil hectares e abriga criações de gado e cavalo.
Portanto, também é um dos lugares preferidos da família para momentos de lazer.
Fonte: Ministério do Trabalho