Projeto de lei foi apresentado e aprovado no Congresso e sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro
A cidade de Campo Grande passou a ter o título de “Capital Nacional do Chamamé”. O projeto de lei foi apresentado e aprovado no Congresso e sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. A lei já consta desde nesta terça-feira (29) no Diário Oficial da União e já entrou em vigor.
O texto do projeto que originou a lei ressalta que o chamamé é um gênero musical que se originou na província de Corrientes, na Argentina e depois se dispersou. Ressalta, no entanto, que chegou ao estado — ainda Mato Grosso, na primeira metade do século XX. Trazido, sobretudo, pelos imigrantes que trabalhavam na agropecuária. Mas que logo conquistou o gosto popular.
Estilo do chamamé se expandiu em Campo Grande
O projeto argumentou, portanto, ainda que o estilo se expandiu em Campo Grande, com compositores e intérpretes altamente qualificados e se tornou um ritmo muito apreciado e difundido. O reconhecimento dessa importância em âmbito estadual ocorreu com a criação do “Dia do Chamamé”, todo 19 de setembro, em 2009, e com a concessão ao gênero musical de patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Mato Grosso do Sul, em 2021.
“Para nós que temos o chamamé na veia, que dormimos e acordamos com chamamé é extremamente representativo e motivo de orgulho”, diz Jânio Fagundes, integrante do Centro Cultural Chamamé de Campo Grande.
História do chamamé
Mario del Trancito Cocomarola foi um dos primeiros chamamezeiros. Dizia que o estilo musical que tocava não se chamava chamamé, mas sim polca correntina. Muitos historiadores argumentam que, na verdade, a origem do chamamé é paraguaia. Constituindo-se de um novo ritmo oriundo das misturas entre guarânia e polca paraguaia, incluindo-se o bandoneón no estilo.
Diversas personalidades argumentam, no entanto, que o nome chamamé foi atribuído ao então novo estilo musical em uma tentativa de identificá-lo com um sentimento nacional argentino. Sendo que, na verdade, o mesmo relacionava-se intimamente à polca paraguaia e decorrente de uma versão argentina dos ritmos fronteiriços.
Verdade ou mentira, o andamento do chamamé é praticamente idêntico à polca paraguaia e a outros estilos fronteiriços, como o rasqueado sul-mato-grossense. Recebeu, portanto, forte influência da polca paraguaia, de forma que muitos rasqueados, polcas paraguaias e guarânias são tocados no estilo musical do chamamé, sendo facilmente adaptáveis.
Fonte: Agência Brasil