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O programa inclui a integração entre agricultura, pecuária e floresta, o uso de resíduos orgânicos e o controle biológico de pragas, entre outras estratégias

Brasil pode ser potência agroambiental, segundo pesquisa da USP

O encontro contou a presença de pesquisadores de universidades e instituições de todas as regiões do Brasil

A agricultura do Brasil tem um papel crucial no combate às mudanças climáticas, podendo se tornar uma potência agroambiental, mas ainda há oportunidades de melhoria, como a redução das emissões de gases de efeito estufa e o sequestro de dióxido de carbono no solo por meio de sistemas agrícolas sustentáveis.

Pensando nisso, pesquisadores do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Escola Politécnica da USP publicaram um artigo na revista Green and Low-Carbon Economy sobre seu programa de soluções baseadas na natureza, iniciado em 2021.

Para quem tem pressa

  • O programa inclui a integração entre agricultura, pecuária e floresta, o uso de resíduos orgânicos e o controle biológico de pragas, entre outras estratégias.
  • O estudo realizado a partir de dados coletados em um evento presencial do RCGI na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, em Piracicaba.
  • O encontro contou a presença de pesquisadores de universidades e instituições de todas as regiões do Brasil que participam do programa Nature Based Solutions (NBS).
  • O objetivo do programa é justamente para termos a coleta de dados, dos solos, das pastagens e dos sistemas integrados, com biomas diversos.

Processo de pesquisa

Danielle Mendes Thame Denny, pesquisadora da Esalq e autora principal, iniciou o estudo com uma pesquisa entre os integrantes para avaliar os resultados e perspectivas.

Segundo ela, nesse levantamento, apenas o ambiente amazônico ficou de fora, por ser estudado por outro grupo dentro do RCGI.

“Aliás, é preciso passar de sistemas convencionais baseados em monocultura para sistemas integrados. Que envolvam mais de um componente (culturas anuais, animais e/ou árvores) em uma mesma área, que forneçam diversos serviços ecológicos, entre eles o sequestro de carbono.”

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Técnicas propostas

No Brasil, contudo, a fermentação, o cultivo de arroz, a gestão de resíduos animais, a queima de resíduos agrícolas e o manejo inadequado de solos contribuem com mais de 600 milhões de toneladas de gases de efeito estufa.

As técnicas sustentáveis propostas pelo programa NBS incluem:

  • Integração lavoura-pecuária-floresta
  • Plantio direto, com o uso de resíduos orgânicos
  • Controle biológico de pragas
  • Fertirrigação

“A saúde do solo aumenta sua capacidade de sequestro de CO₂, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento socioeconômico em razão da produtividade maior a longo prazo. A transição para projetos regenerativos pode, assim, contribuir para o país cumprir as metas de emissão.”

Desse modo, o Brasil tem a oportunidade de promover a bioeconomia circular sustentável. Assim fazendo isso, pode assumir uma posição de potência agroambiental.

Uso de tecnologia

O programa do RCGI deve durar no mínimo cinco anos e envolve a adoção de alta tecnologia em sua metodologia. Ou seja, inclui o uso de satélites e dos equipamentos do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, no interior paulista, para analisar os solos.

Fonte: olhardigital