De acordo com embaixador da Argentina, Daniel Scioli, moeda não será única, mas será usada no intercâmbio comercial entre os países do bloco
Argentina e Brasil vão retomar o trabalho conjunto na integração regional e no desenvolvimento da moeda comum do Mercosul. Contudo, essa unidade monetária não será única como o euro.
“Trabalharemos sobre a moeda comum, mas isso não significa que cada país terá a mesma moeda. Significa uma unidade para a integração e aumento do intercâmbio comercial no bloco regional”, explicou a jornalistas o embaixador da Argentina, Daniel Scioli, após encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, (3/1).
De acordo com o embaixador, a conversa sobre Brasil e Argentina com o novo ministro tratou principalmente da integração energética e financeira como moeda comum e de ações para promover mais o intercâmbio comercial entre os dois países.
“O Brasil é o parceiro número um da Argentina, e, no contexto de crise da globalização, é importante fortalecer toda a nossa região e a nossa complementação”, afirmou.
Secretário-executivo da Fazenda
Haddad e o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, escreveram um artigo em abril de 2022 defendendo a retomada da discussão de uma moeda comum, iniciada durante os governos petistas.
No texto eles defendem a tese de que a experiência da operacionalização da Unidade Real de Valor (URV), que preparou o terreno para o Plano Real, poderia subsidiar a criação de uma nova moeda digital sul-americana (SUR), capaz de fortalecer a região.
“A criação de uma moeda sul-americana é a estratégia para acelerar o processo de integração regional, constituindo um poderoso instrumento de coordenação política e econômica para os povos sul-americanos”, escreveram.
“É um passo fundamental rumo ao fortalecimento da soberania e da governança regional, que certamente se mostrará decisivo em um novo mundo.”
Scioli contou que, depois do encontro com Haddad ainda se reúne hoje com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para tratar dos mesmos temas e da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Buenos Aires, em 23 de janeiro, onde participará da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
A viagem confirmada, ontem, durante o encontro de Lula com o presidente argentino, Alberto Fernández.
O encontro do ministro com o embaixador argentino foi incluído de última hora na agenda de Haddad, e ocorreu logo após a primeira reunião oficial com os secretários da pasta na manhã de hoje no Bloco P da Esplanada dos Ministérios.
Participaram do encontro o secretário-executivo, Gabriel Galípolo; a Procuradora-Geral da Fazenda Nacional, Anelize de Almeida; o secretário especial da Receita Federal do Brasil, Robinson Barreirinhas; o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron; o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello; a secretária de Assuntos Internacionais, Tatiana Rosito, e assessores especiais.
Fonte: sbtnews