Sem as imagens, o monitoramento em tempo real falha, dando tempo aos bandidos de agir nos locais invadidos
Policiais dos Estados Unidos estão investigando uma série de roubos a residências que vêm sendo realizados com bloqueadores de sinais que impedem o uso de redes Wi-Fi. Os casos ocorreram em Edina, no estado de Minnesota, onde bandidos usam esse tipo de equipamento para evitar que câmeras de segurança enviem as imagens dos crimes a centrais de monitoramento.
Sem as imagens, o monitoramento em tempo real falha, dando tempo aos bandidos de agir nos locais invadidos. Além disso, o bloqueio do Wi-Fi impede que os vídeos gravados. E, assim, contribuam para investigações ou julgamentos judiciais, a não ser quando as câmeras contam com dispositivos de armazenamento próprios.
As autoridades de Minnesota suspeitam que pelo menos nove assaltos executados com bloqueadores de sinais, informa o site de notícias Kare11. As investigações indicam que os crimes cometidos por um grupo organizado, dadas as similaridades entre os casos.
O modus operandi dos criminosos consiste em encontrar casas em áreas ricas, vigiar a rotina dessas residências para descobrir quando os moradores estão ausentes e agir somente quando elas estão vazias para evitar confrontos.
Na sequência, bloqueadores de Wi-Fi ativados para bloquear câmeras e, presumivelmente, outros sistemas de segurança que se comunicam via rede sem fio. O que impede moradores e autoridades de serem notificados sobre invasões domiciliares em tempo hábil.
As invasões que ocorreram em Minnesota não são as primeiras feitas com auxílio de “jammers”, como também chamados os bloqueadores. Considerando apenas residências nos Estados Unidos, há casos do tipo pelo menos desde 2020.
A legislação americana proíbe o uso livre de bloqueadores de sinais, mas o sites Kare11 observa que os jammers podem encontrar com facilidade em lojas online como o eBay por preços que variam entre US$ 40 e US$ 1.000.
Bloqueadores de sinais também são um problema no Brasil
No Brasil, bloqueadores de sinais de radiocomunicações (BSR), como formalmente chamados, só podem usar por entidades governamentais e, mesmo assim, sob anuência da Anatel. A resolução nº 760 da agência proíbe o uso desses equipamentos por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
Como os bloqueadores também podem encontrar no Brasil, a despeito do que diz a lei, a melhor forma de defesa preventiva. Implementar um sistema de monitoramento cabeado, mesmo que somente uma parte dele, é a solução mais óbvia, desde que os cabos tenham proteção para não romperem facilmente.
Mas o problema não termina aí. Bloqueadores de sinais atendem a outras ações criminosas. Um exemplo recente reportado pelo UOL, que revela que “capetinhas” estão sendo usados no Brasil para roubo ou furto de veículos.
Capetinha é como os bloqueadores estão sendo chamados no Brasil. Eles têm sido usados principalmente para bloquear rastreadores instalados em caminhões e vans. Assim, dificultando a sua localização em caso de desvio de rota, o que dá tempo aos bandidos de capturar a carga transportada ou até desmanchar os veículos.
Fonte: tecnoblog