Lojas, restaurantes, mercados de Natal, salas de espetáculo e salões de beleza fecharam as portas em Viena
A Áustria entrou oficialmente em confinamento, desde meia-noite. Trata-se de uma medida radical que provocou protestos no fim de semana. Assim como em países como Bélgica e Holanda, ou em Guadalupe, departamento francês das Antilhas, onde o retorno das restrições contra a covid-19 provoca uma revolta violenta.
Lojas, restaurantes, mercados de Natal, salas de espetáculo e salões de beleza fecharam as portas nesta segunda-feira (22) em Viena. Mas as escolas permanecem abertas e as ruas da capital estavam movimentadas durante a manhã.
“A situação é um pouco confusa”, afirmou Kathrin Pauser, moradora de Viena, depois de deixar na escola as filhas de 11 e 9 anos, ambas recentemente vacinadas.
8,9 milhões da Áustria estão proibidos de sair de casa
Desde a chegada das vacinas contra a covid-19 e das campanhas de imunização, nenhum país da União Europeia (UE) havia ousado impor um novo confinamento.
Como em confinamentos anteriores, os 8,9 milhões de austríacos teoricamente estão, portanto, proibidos de sair de casa. Exceto para fazer compras, praticar esportes ou receber atendimento médico.
Também podem comparecer ao local de trabalho e levar as crianças para a escola, mas as autoridades pediram à população para permanecer em casa e optar, na medida do possível, pelo teletrabalho.
Caos
A situação era, dessa maneira, impensável na Áustria há algumas semanas.
O ex-chanceler conservador Sebastian Kurz havia declarado “encerrada” a pandemia, ao menos para os vacinados.
Seu sucessor desde outubro, Alexander Schallenberg, “manteve por muito tempo ficção de que tudo estava bem”, declarou à AFP o cientista político Thomas Hofer.
Com o aumento de casos, que atingiu níveis inéditos desde o início da pandemia, o governo se concentrou em um primeiro momento nas pessoas não vacinadas. Ou seja, apenas 66% dos austríacos receberam as duas doses.
Apenas posteriormente optou por medidas radicais, como este confinamento previsto para durar até 13 de dezembro. E, ainda, a vacinação obrigatória para a população adulta a partir de 1º de fevereiro de 2022, algo que poucos países adotaram até agora.
Fonte: Correio Braziliense