As discussões da terceira edição do fórum vão passar pelos impactos que o mercado de software podem ter no desenvolvimento da economia digital
O Fórum de Tecnologia Digital, que vai acontecer em Riad, na Arábia Saudita, no dia 18 de outubro, pretende revelar de uma forma mais clara como o plano de desenvolvimento do reino está lidando com o projeto ambicioso de se tornar um local mais sustentável e menos dependente do petróleo.
Assim o evento, organizado pela Comissão de Comunicações, Espaço e Tecnologia, em colaboração com o Ministério das Comunicações e Tecnologia da Informação, tem como tema “Software pioneiro para uma economia digital próspera”. E está alinhado ao foco do país em diversificar as atividades econômicas, conforme a agenda Visão 2030.
Aliás, as discussões da terceira edição do fórum vão passar pelos impactos que o mercado de software podem ter no desenvolvimento da economia digital e como a Arábia Saudita pode se preparar para essas mudanças.
Também estarão na pauta estratégias para fortalecer a eficiência da infraestrutura digital do reino. Além de questões mais específicas do setor, como o low code (que tenta “economizar” dados com menos linhas de código), os softwares de código aberto e os microsserviços.
Só no ano passado, conforme dados divulgados pela própria Comissão de Comunicações, o reino atraiu US$ 9 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões) em investimentos vindos de grandes empresas de tecnologia. A construção de data centers no país se tornou constante, e empresas como Microsoft e Oracle já estabeleceram bases por lá.
Ainda em 2022, a Arábia Saudita registrou 600 empresas no leilão inaugural do espectro global destinado a cobrir o espaço aéreo com serviços de internet. Enquanto a busca de empresas por informações do país cresceu 350% ante 2021.
A Visão 2030
A Visão 2030 da Arábia Saudita foi anunciada em 2016 pelo príncipe herdeiro Mohammad bin Salman com três objetivos principais: tornar o reino menos dependente do petróleo. Que hoje domina até 40% de toda a produção energética, se tornar um polo de investimentos e parecer mais amigável aos países do Ocidente. Servindo como um hub conectando Ásia, Europa e África.
Além disso, o país também pretende gerar até 50% de toda a energia por fontes renováveis.
Contudo, a previsão é que sejam investidos até US$ 620 bilhões (R$ 3,1 trilhões) do fundo soberano saudita para investir em projetos de tecnologia, entretenimento, energia e esporte.
As propostas incluem aumentar a participação da mulher na força de trabalho para 30% (hoje, em torno de 22%), autorizações de residência e trabalho de longa duração para expatriados do mundo árabe muçulmano e incentivar a produção bélica do país. Atualmente, quase todas as armas usadas pelo exército e forças policiais importadas.
“Novo futuro” em construção
Já é possível observar parte desse desenvolvimento em Neom, que significa “novo futuro”. Uma cidade futurista que está sendo construída na costa do Mar Vermelho. Assim, considerada um dos principais projetos dentro do plano de diversificação econômica dos sauditas.
Aliás, a cidade promete ser um centro de inovação e sustentabilidade.
Ela terá 26,5 mil km², quase do tamanho da Bélgica, e terá divisão em quatro regiões com características próprias:
- The Line, com 170 quilômetros, que não terá carros, ruas ou emissões de carbono e vai se conectar às regiões costeiras. O local deve abrigar até 1 milhão de pessoas. O planejamento é que todos os serviços essenciais estejam a cinco minutos a pé, e que os sistemas de transporte subterrâneos cheguem a qualquer ponto em 20 minutos.
- Oxagon, centro econômico e administrativo, com 30 quilômetros de diâmetro. Abrigando sedes de grandes empresas, instituições e organizações.
- Trojena, que será uma reserva natural com objetivo de preservar a biodiversidade e o patrimônio de Neom. A região deve oferecer várias atividades de ecoturismo, como trilhas, acampamentos, mergulho e observação da vida selvagem.
- Sindalah, na área costeira, que deve se tornar o principal destino de lazer e bem-estar de Neom. A previsão é de uma costa de 460 quilômetros com resorts, hotéis, spas e marinas de padrão mundial. Aliás, também terá um parque temático, um parque aquático, um aquário e um campo de golfe.
Fontes: economiaempauta, jornalfloripa