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Aportes para drenagem de águas pluviais não são suficientes para garantir a segurança da população, diz instituto Trata Brasil Foto: Divulgação/Flickr

País precisa dobrar investimentos em drenagem, defende Trata Brasil

De acordo com instituto, aportes para drenagem de águas pluviais precisam ser de pelo menos R$ 22 bi ao ano

Mesmo com tantas tragédias recentes causadas pelas chuvas, os investimentos em drenagem e manejo de águas pluviais não são nem a metade do ideal. O levantamento do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta quarta-feira (23), mostra isso. De 2017 a 2023, esses aportes, em média, foram de cerca de R$ 10 bilhões ao ano. Mas precisam subir para pelo menos R$ 22 bilhões. Só assim o país conseguirá universalizar o serviço até 2033, conforme a meta do Marco Legal do Saneamento

O instituto ressalta que os desafios são grandes em muitas cidades. Nesse sentido, dados do último Diagnóstico Temático do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico investigaram a situação de 4.958 municípios. Logo, o levantamento mostra que 32,49% dessas cidades não possuem qualquer sistema de drenagem. E 12,59% dos municípios utilizam o mesmo sistema para escoar esgoto e água da chuva. Apesar de quase 80% das vias públicas urbanas terem pavimentação, apenas 33,5% contam com redes ou canais pluviais subterrâneos.

Além disso, apenas 263 municípios, o que representa 5,3% do total, possuem planos diretores de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais. E somente 157, pouco mais de 3%, contam com sistemas de tratamento das águas pluviais. O Instituto Trata Brasil considera que essas ações são fundamentais para mitigar os efeitos ambientais das tempestades.

Sistema de drenagem é precário

“O cenário da drenagem e manejo de águas pluviais no Brasil é extremamente precário e isso leva a um risco direto para a vida da população. Não investir no tema é condenar milhões de brasileiros a uma vida de incertezas. E como vamos evoluir se 94,7% municípios do país não contam sequer com um Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais?”, questiona a presidente executiva do instituto, Luana Pretto.

“Os governantes devem aprender com seus próprios erros e os dos seus antecessores, que historicamente negligenciaram essa questão, e priorizar urgentemente os investimentos em drenagem urbana e manejo de águas pluviais”, defende Luana.

Ela complementa que as prefeituras de todo Brasil estão no início de mandatos, o que representa um bom momento para encaixar projetos de drenagem urbana nos planejamentos e nos orçamentos municipais.

Por fim, dados oficiais reproduzidos pelo estudo mostram que, de 1991 a 2023, foram registrados quase 26 mil eventos hidrológicos de desastres no país, que resultaram em 3.464 mortes e causaram prejuízos superiores a R$ 151 bilhões, e 74% deles tiveram relação com chuvas intensas. A conta não considera o impacto da tragédia no Rio Grande do Sul em 2024, que vitimou 183 pessoas e deixou 27 desaparecidas.

Fonte: Ag. Brasil