Estima-se que um terço da população sofra de apneia do sono, mas que a mínima parcela desses brasileiros saiba que possui o problema.
A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio do sono grave. Isso porque as pessoas param de respirar por 10 segundos ou mais de cada vez. E muitas pessoas tratam apenas como um ronco incômodo. Na verdade, pode ser a porta de entrada para o risco de um grande pesadelo para a saúde.
Existem diferentes razões para explicar o efeito sonoro provocado durante o repouso, mas quando o motivo é a apneia obstrutiva do sono – AOS, o quadro pode se agravar para doenças letais, como AVC e o infarto.
E o alerta serve, no entanto, para grande parte dos brasileiros. Estima-se, portanto, que um terço da população sofra de apneia, mas que a mínima parcela desses brasileiros saiba que possui o problema.
O distúrbio é, no entanto, uma pequena parada respiratória, geralmente com duração de alguns segundos. Essa parada ocorre devido à obstrução das vias aéreas, interferindo também nos comandos do cérebro que controlam a respiração.
“O comprometimento respiratório tem efeito direto no trabalho do coração. Funciona, portanto, como uma bomba que leva oxigênio e nutrientes por todo o corpo através do sangue.
Por isso, é comum ver quadros de hipertensão, diabetes, AVC e parada cardiorrespiratória em pessoas que têm apneia do sono não tratada por um período prolongado”, explica Letícia Rodrigues. Ela é fisioterapeuta especialista de produtos da Cmos Drake, empresa fabricante de equipamentos médicos há mais de 30 anos.
Qualidade do sono
Outro efeito devastador da apneia é a própria qualidade do sono. A fisioterapeuta esclarece, portanto, que a saúde do sono exige que o repouso seja feito sem intervalos fragmentados. E com um tempo mínimo de duração para garantir o relaxamento.
“Se uma pessoa não consegue alcançar um nível satisfatório de descanso, terá consequências no decorrer do dia, e ao longo do tempo poderá sofrer uma estafa que é ainda mais prejudicial à saúde”, orienta.
E, como apontado, nos casos mais graves, a privação de um sono com qualidade pode chegar a provocar doenças cardiovasculares e até mesmo depressão e diabetes.
Além disso, é possível ocorrer perda de memória, dores no corpo, sonolência, irritabilidade, raciocínio lento e dificuldade de concentração.
Ar pressurizado da apnéia do sono
A boa notícia é que existem tratamentos eficazes para a apneia, que ajudam a conter as paradas respiratórias que afetam diretamente o coração. O principal deles é o CPAP, um aparelho que abastece o pulmão com ar pressurizado, utilizando um tubo e uma máscara que devem ser usados durante o repouso.
O equipamento evita o ronco e melhora a qualidade do sono, impactando também na saúde do coração e do corpo como um todo.
Mas Letícia Rodrigues adverte para a importância de que a pessoa que sofre de apneia do sono, ou que ronca e/ou desconfia sobre o problema, recorra o quanto antes a ajuda profissional.
“A partir de então o paciente irá realizar exames que dão o diagnóstico preciso do nível de apneia para que o profissional possa indicar o melhor tratamento. E o papel do fisioterapeuta nesse processo está, portanto, no auxílio da escolha do melhor modelo e na adaptação do CPAP”, informa a profissional da Cmos Drake.
Paralelamente ao tratamento da apneia, é importante manter certos hábitos que favoreçam a saúde do sono. Manter o quarto escuro e silencioso, evitar as telas pelo menos uma hora antes de dormir. E, ainda, manter uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis também podem ajudar a melhorar o repouso e, consequentemente, o coração.
Fonte: Biologix, Scielo