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Sinapses do cérebro são alteradas nesse procedimento para apagar memórias ruins

Apagar memórias ruins pode ser possível em procedimento científico

Ratos de laboratório passaram por técnica que consegue apagar memórias ruins

Em pesquisas realizadas na Universidade da Califórnia, em Riverside, nos Estados Unidos, cientistas criaram uma técnica que consegue apagar memórias ruins em ratos de laboratório. Usando emissão de luz e genética, a optogenética consegue enfraquecer as conexões dos neurônios que transmitem estímulos sensoriais. Esses estímulos vão para a amígdala cerebral e são responsáveis por emoções e memórias.

Os ratos testados haviam um som associado a uma memória ruim, como levar um pequeno choque elétrico. Quando ouviam o som, paralisavam de medo. Mas após a aplicação da técnica, pararam de ter a reação, confirmando que a memória ruim foi esquecida. Além disso, foi possível notar que a técnica não afetou outros estímulos. Ou seja, é possível selecionar quais memórias serão apagadas, nesse caso, apenas as ruins.

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Mas será que em humanos também dá pra fazer?

Os cientistas que desenvolveram a técnica querem usar o estudo como ponto de partida para um possível tratamento em humanos. Seria possível, então, usar o procedimento para o tratamento de estresse pós-traumático e de fobias. Ainda há muito a se percorrer até que a hipótese de usar a técnica em humanos se torne real, e no momento, a pesquisa apenas abre caminho para tal possibilidade.

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Técnica de apagar memórias ruins altera neurônios

Para apagar essa memória, os pesquisadores usaram a técnica chamada optogenética. “É uma maneira de você alterar geneticamente neurônios do cérebro para que eles respondam à luz”, explica Cleiton Aguiar, professor adjunto do Núcleo de Neurociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo ele, os pesquisadores selecionam genes que provocam a produção de proteínas que reagem à luz, como as presentes em algumas algas, e inserem em vírus que transferem esse material genético para os neurônios.

“A célula adota o material genético e começa a expressá-lo. É como colocar um interruptor de liga e desliga no neurônio”, ilustra Carlos Uribe, neurologista do Hospital de Brasília. “Antigamente, você matava o neurônio ou desativava uma região inteira. Agora, você consegue desligar um neurônio sim e outro não, por exemplo. É muito mais preciso.”

Fonte: SPDM, Vix, SaúdePlena