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A (FAB) força área brasileira, fez um vídeo simulando a queda do avião da Voepass. Foto: Reprodução

Animação da FAB simula momento da queda de avião da Voepass

Conteúdo apresentado por Cenipa aponta diversos alertas em painel da aeronave antes de queda

A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou um vídeo de uma animação da queda do avião ATR 72-500 da Voepass em Vinhedo, no interior de São Paulo.

A saber, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apresentou as imagens com o relatório preliminar do acidente na última sexta-feira (6), mas divulgou-as oficialmente no último domingo (8).

Contudo, a animação simula os minutos finais do voo 2283, que colidiu com o solo às 13h22 do dia 9 de agosto deste ano.

É possível ver que a aeronave já navegava com importantes alertas ligados, como de “performance degradada”, “detector eletrônico de gelo” e “velocidade de cruzeiro baixa”.

No entanto, às 13h20, o painel do avião alertou para aumentar a velocidade, e o alarme de estol foi acionado. Isso significa que a asa perdeu completamente a sustentação, provocando a queda brusca da aeronave.

Veja um trecho do vídeo abaixo

 

As gravações do Flight Data Recorder (FDR – gravador de dados de voo) e do Cockpit Voice Recorder (CVR – gravador de voz da cabine) identificaram a sequência dos eventos do voo 2283.

O Cenipa registrou a ocorrência como “Formação de Gelo” e concluiu que as condições meteorológicas do voo estavam disponíveis para os pilotos, e previam a presença de gelo durante o trajeto entre Cascavel (PR) e Guarulhos (SP).

O chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, informou que a investigação segue em andamento, para avaliação de fatores humanos, materiais e técnicos que estejam envolvidos no acidente.

Especialista analisa relatório da queda do avião da Voepass

O comandante Fábio Borille, especialista em segurança de voo, explica que o acompanhamento das condições climáticas adversas é muito preciso, feito pela REDEMET, a rede de observação meteorólogica da Aeronáutica.

O piloto disse que um desvio da região adversa presente antes da queda seria inviável pelo tamanho da massa de ar. “Seria impossível desviar. O que poderia ter sido feito era ir um pouco mais baixo para melhorar a performance do avião”.

Contudo, ele explica que, caso o avião diminuísse sua altitude, a aeronave gastaria mais combustível e, portanto, mais dinheiro.

Outra solução seria voar um pouco mais alto, sobrevoando a massa de ar. Segundo o especialista, o turbo-hélice não tem muita performance para realizar a manobra.

Especificamente no dia da tragédia, o comandante ainda diz que o avião não conseguiria subir porque estava com a Pack 1 inoperante desde o dia 5 de agosto.

Contudo, a Pack é um conjunto de equipamentos que faz a pressurização, climatização e regulagem do ar da cabine de passageiros. E do cockpit dos pilotos. No entanto, a aeronave possuía duas Packs e a falha em uma delas não impedia a realização do voo, segundo o relatório do Cenipa.

Uma possível causa do acidente consiste em uma indicação de gelo

Sobre uma possível causa para o acidente, o especialista afirma que um problema dos pilotos pode ter influenciado no acidente. “Puro e simples fator operacional. No entanto, houve uma indicação de gelo e de velocidade de cruzeiro diminuída. Contudo, ele afirma que, quando há o aviso, deve-se seguir um procedimento específico.

A saber, segundo o comandante, quando apareceu o alerta de performance degradada, o piloto deveria tirar do piloto automático, acelerar a aeronave e colocar o avião para baixo.

Contudo, ele ainda ressaltou que todos os dados ainda não estão disponíveis e que só com a totalidade das informações será possível tomar uma conclusão definitiva sobre o caso.

“Para a gente ter certeza é preciso do Flight Data Recorder. Só com o gravador de voz não adianta”, completa.

Relembre o caso da queda do avião da Voepass

Um avião ATR 72-500 da Voepass caiu no início da tarde do último dia 9 de agosto em Vinhedo, no interior de São Paulo.

A saber, o voo 2283 saiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. O avião, com prefixo PS-VPB, tinha capacidade total para 74 pessoas, sendo 62 passageiros.

Contudo, na ocasião, 62 pessoas morreram, sendo 58 passageiros e 4 tripulantes. A saber, este foi o sexto acidente aéreo mais letal da história do Brasil.

Por fim, as investigações são conduzidas pela Força Aérea Brasileira (FAB), através do Cenipa. No entanto, o processo passa por diversas etapas de perícia, elaboração e apresentação de relatório, além de avaliação de causas e responsabilidades.

Fonte: CNN