Agosto Cinza está na pauta da ALEMS
A ALEMS reforça a Campanha Agosto Cinza, instituída pela Lei Estadual 5.431/2019, através do ex-deputado estadual Marçal Filho. A campanha reforça a necessidade de prevenção, unindo poder público e sociedade em ações educativas, palestras, operações e combate direto ao fogo, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Complementarmente, a Lei 5.485/2019, de autoria do deputado Lucas de Lima (sem partido) institui a Semana Estadual de Conscientização, Prevenção e Combate à Prática de Queimadas Urbanas, destacando a importância de inibir queimadas em áreas urbanas para reduzir poluição, proteger a saúde pública e conservar o meio ambiente.
Em 2025, de janeiro a julho, já foram registradas 1.341 ocorrências, com julho liderando os números: 437 casos no Estado e 188 só na Capital. Em Mato Grosso do Sul, agosto é sinônimo de atenção redobrada. O clima seco e a baixa umidade transformam o Estado em um cenário propício para incêndios, que chegaram a quase mil ocorrências no mesmo mês de 2024, contra apenas 190 em janeiro, segundo o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS).
“As pessoas ainda usam o fogo culturalmente para limpeza de terrenos, mas isso gera riscos graves e até perda de vidas”, alerta a tenente-coronel Tatiane de Oliveira, da assessoria de comunicação do CBMMS. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a ação humana causa 99% dos incêndios no Pantanal, mas não os fenômenos naturais.
Assembleia Legislativa e o combate integrado
O presidente do Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais de MS, tenente-coronel bombeiro militar Leonardo Rodrigues Congro, reforça que a integração é essencial: “Nosso objetivo é unir todos os setores. Isto é, para reduzir as queimadas e melhorar o manejo do fogo. Em contrapartida, é preciso equilibrar as necessidades humanas e a proteção ambiental”.
O deputado Renato Câmara preside a Comissão de Meio Ambiente. Ela acompanha as ações de prevenção e combate, assim como participa de discussões sobre operações no Pantanal. Ademais, já indicou a compra de aeronaves específicas ao governo. A aeronave sugerida é o Sikorsky S-64 Skycrane. Ela lança grandes volumes de água em áreas de difícil acesso. O parlamentar também coordena a Frente Parlamentar de Recursos Hídricos, que se volta à preservação e gestão sustentável da água. Este recurso é diretamente impactado pelos incêndios. Os incêndios, por sua vez, comprometem nascentes e a qualidade dos rios.
Brigadistas, pesquisa e prevenção
Além de campanhas de conscientização, o Estado investe em prevenção: já formou 717 brigadistas florestais em 2025, e o Programa PSA Brigadas vai destinar R$ 14 milhões até 2026 para equipar e apoiar equipes que atuam na linha de frente.
A ciência também é aliada. O Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração/Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas (PELD/NEFAU), da UFMS, coordenado pelo professor Geraldo Alves Damasceno Junior, estuda desde 2020 os efeitos do fogo no Pantanal e desenvolve, junto a comunidades locais, ONGs e órgãos ambientais, estratégias de manejo integrado do fogo. “Não se trata de eliminar totalmente o uso do fogo, mas de usá-lo de forma planejada para reduzir riscos e preservar o ecossistema”, explica Damasceno.
As equipes combateram oito grandes incêndios no Pantanal. As ações ocorreram este ano, dentro da Operação Pantanal. O combate envolveu, sobretudo, bombeiros e ademais, brigadas comunitárias e órgãos ambientais.
Segundo o coordenador do Prevfogo/Ibama no Estado, Márcio Yule, o fortalecimento das brigadas é vital. Ele afirmou: “Sem equipamentos e apoio constante, é impossível manter a defesa. A equipe defende as áreas mais ameaçadas”.
Ações da população fazem a diferença
A população também pode agir. Para isso, denunciar queimadas é fundamental. Você pode fazer a denúncia ao Corpo de Bombeiros, pelo 193. E da mesma forma, à Delegacia Especializada, a Decat. O número é (67) 3325-2567. Isto é para conter a destruição. Pequenas atitudes, por exemplo, ajudam a proteger. Uma delas é não atear fogo em terrenos. Outra é apagar bitucas de cigarro. Assim, essas ações ajudam a proteger biomas. E, por conseguinte, vidas.
A Campanha Agosto Cinza não é apenas um mês no calendário, e por isso a ALEMS reforça que prevenir é sempre menos doloroso do que reconstruir.
Fonte: ALEMS
