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ALEMS debate atuação da Cassems. Tema dividiu opiniões sobre o papel da instituição e durante a sessão, foi solicitada abertura de CPI Foto: ALEMS

ALEMS: Deputados debatem atuação e gestão da Cassems

ALEMS debate atuação da Cassems

A atuação e a gestão da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) dominaram os debates no Grande Expediente da sessão ordinária desta terça-feira (14), na ALEMS. O tema dividiu opiniões: enquanto o 1º secretário da Casa, deputado Paulo Corrêa (PSDB), destacou a eficiência da instituição, o deputado João Henrique (PL) criticou a administração atual e pediu mais transparência nas ações do plano.

Paulo Corrêa abriu o debate ao comentar uma pesquisa encomendada pela própria Cassems, segundo a qual 80,1% dos beneficiários aprovam os serviços prestados. “A Cassems é o melhor plano de saúde de Mato Grosso do Sul e possui a melhor rede hospitalar, garantindo bom atendimento. A pesquisa mostra satisfação elevada, muito acima da média. Estão tentando promover um linchamento moral do presidente Ricardo Ayache, o que seria justificável apenas se o trabalho não estivesse sendo bem feito”, afirmou.

Em Campo Grande, o melhor hospital é o da Cassems

O parlamentar da ALEMS ressaltou atuação da Cassems e seu reconhecimento por instituições como o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Tribunal de Contas e Governo do Estado. “Para alcançar 80% de aprovação, o gestor precisa ser muito competente. Em Campo Grande, por exemplo, o melhor hospital é o da Cassems”, completou Corrêa.

Ele também lembrou o papel essencial da instituição durante a pandemia. “Se não fosse a Cassems, talvez não tivéssemos resistido à Covid-19. A instituição ajudou milhares de pessoas e deu suporte ao Estado naquele momento difícil”, destacou.

Em aparte, o deputado Zeca do PT (PT) lembrou que criou a Cassems durante seu governo, em 2000, a partir da extinção do antigo Previsul. “Antes, os servidores eram humilhados, pois não conseguiam atendimento nos laboratórios por falta de pagamento. Hoje, a Cassems é referência e administra dez hospitais. Estados vizinhos vêm conhecer o serviço de excelência que prestamos”, afirmou.

Zeca ainda anunciou que está em estudo a criação de um setor para cirurgias cardíacas em crianças, e que buscará recursos junto ao Ministério da Saúde. “Esse projeto me enche de orgulho. Assim, o papel social que a Cassems cumpre é motivo de satisfação para mim como ex-governador”, disse.

Críticas e pedidos de investigação

Em seguida, o deputado João Henrique (PL) contestou a boa avaliação da instituição e apontou insatisfação entre os servidores. “Há gastos excessivos com publicidade — cerca de cinco milhões por ano, somando 50 milhões nos últimos dez anos — enquanto há denúncias de não pagamento de próteses e de serviços médicos”, criticou.

Ele também mencionou casos de cirurgias suspensas. Isso ocorreu por atrasos em pagamentos a anestesistas. Isto é, mesmo após aporte de R$ 60 milhões feito pela ALEMS. Tal aporte era para regularizar débitos. O parlamentar, por sua vez, propôs a realização de pesquisa de opinião auditada. Analogamente, com identificação dos entrevistados.

Além disso, ele sugeriu a criação de um projeto de lei. O projeto obrigue gravações das entrevistas. “Na última assembleia online da Cassems, mais de mil pessoas não conseguiram registrar voto contrário à administração”. “Isso não pode se repetir”, alertou inegavelmente.

Segundo João Henrique, os valores arrecadados superam R$ 1,3 bilhão anuais. Em outras palavras, R$ 800 milhões são descontados dos servidores. Juntamente com isso, há R$ 470 milhões de contribuição do Estado. “A Cassems recebe quase meio bilhão do Estado”. Porém, “ainda tem servidores insatisfeitos”. “Para onde está indo tanto recurso?”, questionou o parlamentar.

Beneficiários pedem abertura de CPI

Durante a sessão, representantes de servidores acompanharam os discursos e reforçaram, sobretudo, o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a instituição. O presidente da Associação dos Beneficiários da Cassems (Abecams), policial militar Jeder Fabiano, usou a tribuna para defender a medida.

“Falo em nome de centenas de pessoas que vivem o descaso na pele. Faltam insumos, o home care é negado e muitos precisam recorrer à Justiça para garantir o direito de viver”, declarou.

Por fim, Jeder comparou o orçamento da Cassems ao de grandes municípios. “Em Dourados, a prefeitura administra R$ 1,1 bilhão por ano. A Cassems, sozinha, movimenta R$ 1,3 bilhão. É mais do que uma cidade inteira. Por isso pedimos apoio desta Casa para a abertura da CPI”, concluiu.

Fonte: ALEMS