Superávit comercial acumulado de janeiro a julho somou US$ 64,045 bilhões, alta de 19,9% ante igual período de 2020
O agronegócio brasileiro registrou em julho saldo comercial positivo de US$ 10,1 bilhões, conforme dados compilados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Com isso, o superávit comercial acumulado de janeiro a julho somou US$ 64,045 bilhões, alta de 19,9% ante igual período de 2020. Os preços elevados têm garantido o crescimento, apesar da queda nas quantidades vendidas.
Segundo o estudo do Ipea, “julho foi um mês de acomodação das exportações”, após alguns dos principais produtos agrícolas vendidos pelo Brasil no exterior, como “café, açúcar, algodão e carne suína”, terem “alcançado um volume recorde de exportações ao longo do primeiro semestre de 2021”.
Isoladamente em julho, os produtos com maior destaque nas exportações foram a soja, que teve safra recorde este ano, as carnes, o açúcar e o café, segundo o Ipea.
Grãos
Agronegócio e Carnes
Já as carnes, no entanto, estão com desempenho divergente. As vendas de carne bovina ao exterior, no acumulado dos sete primeiros meses do ano, caíram 3,3% ante 2020, mas avançaram 8,5% em termos de valores.
Isso porque os preços médios saltaram 31,9%, na mesma base de comparação. “O exportador de carne bovina tem enfrentado, além da baixa oferta de boi acabado (pronto para abate) no Brasil, dificuldade para a obtenção de contêineres para escoar seu produto”, diz o relatório do Ipea.
A dinâmica da produção de carne bovina no Brasil – segundo maior produtor e maior exportador mundial, segundo o Ipea – vem sendo marcada, nos últimos anos, pela peste suína africana (PSA), que a assola os rebanhos na China e países vizinhos desde 2018.
Com a doença, quedas expressivas na produção chinesa de carne suína têm levado o gigante asiático e aumentar, e muito, suas compras de outros países. O Brasil é o fornecedor preferencial. Essa dinâmica tem feito os preços de carne bovina explodirem, tanto no mercado internacional quanto no mercado doméstico.
Carne bovina no Brasil
“A queda na oferta doméstica (de carne bovina no Brasil), observada desde 2020, continua se refletindo nos preços. Em julho, o preço médio de carne bovina embarcada chegou a US$ 5.280/t, contra US$ 4.003/t do mesmo mês em 2020 – o equivalente a um aumento de 31,9%”, diz o relatório do Ipea.
As exportações de carne de frango e de suíno têm dinâmica diferente porque há menos problemas relacionados à oferta de animais – aves e suínos têm ciclo de crescimento e abate bem menor do que o de bovinos.
Segundo o Ipea, o frango foi o segundo produto da pauta de exportação que apresentou a maior variação positiva em valor (47,3%) em julho diante do mesmo mês do ano anterior. Assim, a alta foi puxada por um crescimento de 15,4% em quantidade e de 27,6% no preço médio, na mesma base de comparação. No acumulado do ano, os dados também são positivos, com altas de 15,1%, 7,4% e 7,2%, respectivamente.
Ft: canalrural