A Vale, no Mato Grosso do Sul, exporta os produtos pela hidrovia através do porto na região de Porto Esperança, município de Corumbá
A Vale S.A. informou, por meio de comunicado ao mercado, divulgado no dia 1º de abril, que está em discussões avançadas para vender as suas empresas de minério de ferro, minério de manganês e logística que compõem o Sistema Centro-Oeste, no Mato Grosso do Sul. A mina produziu em 2021 2,7 milhões de toneladas de minério de Ferro e 0,2 milhões de toneladas de minério de Manganês, e contribuiu com US$ 110 milhões em EBITDA ajustado.
De acordo com o comunicado, a iniciativa de desinvestimento está em linha com a estratégia de simplificação de portfólio e foco nos principais negócios e oportunidades de crescimento, pautados pela alocação de capital disciplinada. Manteremos o mercado informado em relação ao desenvolvimento das negociações.
A empresa explora minério de ferro e também detém o direito de exploração nas minas de Santa Cruz e do Urucum, em Corumbá. A estrutura toda foi adquirida por US$ 750 milhões, em 2009. A informação da venda da Vale foi confirmada pelo secretário de Produção, Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, que destacou que atualmente a companhia Vale é a maior empresa de mineração do mundo.
Vale no Mato Grosso do Sul
A Vale exporta os produtos pela hidrovia através do porto na região de Porto Esperança, município de Corumbá, além da utilização da ferrovia de Corumbá até Porto Esperança. “Hoje a Vale emprega praticamente mil pessoas do município de Corumbá. É uma empresa tradicional, importante para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul. Com esta comunicação ao conselho de valores imobiliários e também ao mercado, ela afirma que está fazendo a alienação à venda dessa operação no Estado. Por isso antes de tudo eu quero tranquilizar todos os funcionários, todo o município de Corumbá e a economia do Estado que terá um impacto significativo com a venda dessa operação. Estamos acompanhando diretamente a negociação”, enfatizou.
O secretário esclareceu ainda que a decisão está ligada a uma linha de redefinição estratégica da empresa. “A Vale está saindo da operação de manganês e de ferro, mas ela passa o sistema para um novo operador que ainda não temos o nome. O governador Reinaldo e eu participamos de reunião com a diretoria da Vale, mas em nenhum momento foi informado qual será esta empresa que fará a aquisição. Mas dentro deste posicionamento é muito claro primeiro que a Vale vai manter o nível de operação. Esse é o mínimo que nós discutimos muito”, frisou.
O pagamento da Compensação Financeira da Exploração de Recursos Naturais (Cfem) rendeu no ano passado para Corumbá, mais de R$ 33 milhões. A Vale não é a pagadora total deste montante, mas tem grande parte dos valores.
Logística
Um outro ponto ressaltado por Verruck é uma retomada neste mercado de minério no Estado. A mina Urucum está situada a 22 km de Corumbá. Dessa forma, realiza a exploração a céu aberto de minério de ferro e mina subterrânea de minério de manganês. A mina Santa Cruz tem várias frentes de lavra. A Vale tem também nessa estrutura o pátio de expedição Pé da Serra, pátio de escoamento e pátio ferroviário Antonio Maria, pátio de expedição Tupacery. Bem como, Porto Gregório Curvo, Terminal Portuário Granel Química (Ladário) e mina Belga (apenas ativo histórico, que foi iniciada em 1907).
Sendo assim, as minas localizadas em Corumbá não são as mais lucrativas para a mineradora. O Sistema Centro-Oeste é o que tem o menor volume em extração de minério de ferro diante das outras unidades.
Minas em Corumbá
“Acreditamos que com a melhoria da questão logística, com a sinalização da própria concessão e o regime de autorização ferroviária, a perspectiva é de haja um incremento na produção e na exportação, além do envio para o mercado interno”, destacou o secretário, exaltando a qualidade tanto do manganês quanto do minério de ferro sul-mato-grossense.
“Nós temos reservas para muitos anos de exploração mineral no município de Corumbá. Além disso teremos uma melhoria na questão logística. Então, a expectativa que nós temos trabalhado junto a esses diretores é de que qualquer player que venha a assumir a Vale faça uma ampliação da produção nos próximos anos. Então a perspectiva é positiva”, acrescentou.
O secretário ainda ressaltou a qualidade da Vale e sua importância da empresa para a economia estadual. Disse esperar que o novo investidor também seja a altura de uma empresa deste porte. “Com certeza o novo player virá para fazer novos investimentos em Mato Grosso do Sul. Assim, dar continuidade a esse importante produto pois Mato Grosso do Sul é um estado minerador também. O estado tem na sua base da economia a produção de minério de ferro e minério de manganês”, finalizou.
Fonte: Gov. do Estado