Agro de MS quer Tereza Cristina como vice de Tarcísio
Os principais representantes do agronegócio em nível nacional e de MS querem a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP) como a pré-candidata a vice-presidente em uma possível chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República, com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para o jornal O Globo, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), foi o primeiro a declarar apoio à parlamentar, colega de partido em nível nacional, enquanto, em nível estadual, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, e o presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrissul), Guilherme Bumlai, também fizeram coro em entrevista ao Correio do Estado.
É provável que o vice seja da federação União Progressista, formada pelo União Brasil e PP
“Estaremos com o Tarcísio, caso ele seja o candidato apoiado pelo Bolsonaro. É provável que o vice seja da federação União Progressista, formada pelo União Brasil e PP, e a Tereza é um nome mais do que perfeito para nós do agronegócio. É ponderada, de confiança, entende nossas bandeiras. Mas, até o momento, não temos candidatura definida, muito menos o vice. Outros nomes ótimos ainda vão surgir, certamente”, projetou Pedro Lupion.
Já Marcelo Bertoni disse que a senadora Tereza Cristina seria um apoio significativo para qualquer político de direita que se candidate à Presidência da República. “A senadora Tereza Cristina ajudaria, sim, se o Tarcísio for o candidato a presidente, e não só o Tarcísio, mas qualquer outro político de direita”, afirmou.
Na visão dele, a presença feminina da senadora sul-mato-grossense seria de grande valia na abordagem de questões relacionadas às mulheres durante a campanha eleitoral do próximo ano.
Habilidade para resolver conflitos
“Além disso, ela tem alta credibilidade e uma calma notável para resolver conflitos, sendo capaz de mediar entre diferentes lados. Enfim, a Tereza é um excelente nome para tal papel”, reforçou.
Para Guilherme Bumlai, ainda não há uma definição de candidaturas para a próxima eleição presidencial e muito se discute em torno dos nomes que podem compor as futuras chapas. “Nesse cenário, a senadora Tereza Cristina reúne todas as credenciais para ser considerada, em uma eventual composição, como vice-presidente da República”, assegurou.
O presidente da Acrissul afirmou que a presença de Tereza Cristina na chapa de Tarcísio representa, de forma legítima, os anseios do agronegócio brasileiro e de MS. Além disso, conhece a realidade das diferentes regiões produtoras. Ainda mais, foi protagonista na abertura de mercados, bem como na consolidação do Brasil como potência mundial nas exportações do setor. “Trata-se de um nome capaz de garantir representatividade e voz qualificada ao agro”, argumentou.
Ex-ministra
O passado de Tereza Cristina como ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no governo Bolsonaro faz com que eleitoras e conservadores se identifiquem com seu nome. Além disso, ela integra a federação entre União Brasil e PP, de onde deve sair o vice para a chapa de centro-direita.
Anteriormente, houve sugestão do nome de Tereza Cristina para integrar a chapa em 2022. Contudo, Bolsonaro optou pelo general do Exército Walter Braga Netto para o posto. Vista no Congresso como nome ponderado do bolsonarismo, a parlamentar manteve interlocução recente com a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Recebeu elogios dos colegas governistas durante a relatoria do projeto da Reciprocidade Econômica.
Lei de Reciprocidade Econômica
Meses depois, ao ver o Brasil receber a taxação do governo dos Estados Unidos, disse que a Lei da Reciprocidade Econômica só deveria ter aplicação “como último recurso e quando houvesse esgotamento de todos os caminhos diplomáticos”, embora o agronegócio estivesse entre os setores mais afetados pelo tarifaço. Posicionamentos como estes a reforçam como um nome “mais ao centro”, não associado ao radicalismo.
Houve indicação do nome de Tereza Cristina por membros do agro a Bolsonaro e ao filho mais velho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que não apresentaram resistência inicial. Tarcísio, que foi colega de Esplanada de Tereza, também teria simpatia à ideia.
A concorrência, porém, pode vir de dentro do próprio partido, já que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) não esconde a vontade de compor a chapa. Ao jornal O Globo, no mês passado, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, definiu Ciro como “um ótimo nome” para o posto.
A ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, também está no páreo, embora seja mais provável que concorra ao Senado pelo Distrito Federal.
Nada está confirmado
Procurada pelo Correio do Estado, Tereza Cristina disse que preferia não comentar, pois considera que seja tudo especulação. Ao jornal O Globo, a senadora afirmou, por meio da assessoria, que “ninguém é candidato a vice”. Além disso, negou qualquer conversa sobre o tema até o momento.
Logo após o primeiro encontro com Bolsonaro, desde a condenação do ex-presidente a mais de 27 anos de prisão, Tarcísio falou novamente. Então, reafirmou que se candidatará à reeleição para o governo de São Paulo. Os aliados veem a insistência na reeleição como uma forma de dar uma “acalmada” nas especulações e ganhar tempo. Valdemar Costa Neto afirmou que, caso Tarcísio seja candidato ao Planalto, será pelo PL.
“Quem vai escolher o candidato a presidente e a vice é o Bolsonaro, na hora certa. É por isso que ele [Tarcísio] ainda não veio para o PL. Se ele for candidato à Presidência, com o aval de Bolsonaro, será pelo nosso partido. Se tentar a reeleição por São Paulo, será pelo Republicanos. Então, sem esta decisão feita, ainda não faz sentido ele vir. O Republicanos sempre foi e sempre será parceiro nosso”, comentou Valdemar Costa Neto.
Fonte: globo.com