De acordo com a mídia portuguesa, no sábado, 65 voos foram cancelados no aeroporto de Lisboa. No entanto, na terça (5), o número caiu para cerca de 30 voos.
Além disso, Paris e Madri. Bem como, Londres e Amsterdã. Além disso, Alemanha e até os Estados Unidos, na América, também estão enfrentando o mesmo problema, diz o diretor do Fundação Getúlio Vargas (FGV) Transportes, Marcus Quintella.
Despreparo para a retomada
Ja existem alguns motivos que levaram ao cenário narrado por Melo, aponta Quintella:
- retomada das viagens após a paralização da pandemia, que, agora em julho, é impulsionada pelas férias de verão na região;
- demissão dos profissionais qualificados devido à baixa demanda na pandemia, com lenta recontratação;
- alta de casos de doenças respiratórias, seja pela própria Covid-19 ou pela gripe, durante o inverno europeu afastou alguns funcionários, que demoraram a retornar ao trabalho;
- insatisfação da tripulação com alta carga de trabalho, causando as greves por melhores condições e salários mais vantajosos.
Pois o especialista relata que a expectativa para total retomada do setor era apenas em 2024 e não agora. Por isso a falta de preparação.
O próprio filho de Quintella foi um dos passageiros que viveram esse problema. Ele voltou de Londres para o Brasil nesta terça (5), após um atraso de cerca de 8 horas do seu voo.
Vou para a Europa, e agora?
Não há uma previsão de quando o problema será resolvido, diz Quintella.
Aliás, a tendência é que as companhias aéreas entrem em um acordo com os seus contratados. Pois a greve é mais custosa para elas, afirma. No entanto, as empresas têm que, por exemplo, pagar vouchers de alimentação. Dependendo do tempo de espera do passageiro. Ainda mais, em caso de adiamento, e indenizações que podem ser solicitadas.
Até lá, é importante ir para o aeroporto e preparar-se para horas de espera e para um possível cancelamento do voo. Vale pesquisar hotéis próximos e entender como que eles estão de vagas. Você pode precisar se hospedar.
Espanha
Greves dos tripulantes das companhias aéreas Ryanair e EasyJet começaram em 24 de junho e na sexta-feira (1), respectivamente. Nos seis dias anteriores à greve, mais de 1,2 mil voos foram atrasados ou cancelados.
O sindicato Union Sindical Obrera (USO) afirmou ainda que os funcionários da Ryanair planejaram paralisações em três períodos de quatro dias: de 12 a 15 de julho, de 18 a 21 de julho e de 25 a 28 de julho nos dez aeroportos espanhóis em que a empresa irlandesa opera.
França
Houve o cancelamento de dezenas de voos no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, onde os bombeiros estão em greve desde quinta-feira (30). As autoridades tiveram de reduzir, por prevenção, o número de pistas, o que afetou 20% dos voos que têm Paris como origem ou destino.
Segundo sites de notícias locais, os trabalhadores devem continuar a greve entre 8 e 10 de julho.
Inglaterra
A British Airways disse que vai cancelar 10.300 voos até outubro por falta de funcionários. Devido à pandemia, a empresa cortou cerca de 10 mil vagas. E, assim teve uma redução em 13% seu programa de voos para o verão. Antes da retração, a companhia operava cerca de 850 voos por dia, informa a agência de notícias France Presse.
Holanda
No final de junho, a Holanda anunciou que irá limitar o número de voos no aeroporto Schiphol de Amsterdã a 440.000, frente à capacidade de 500.000 anterior à pandemia, segundo a France Presse.
Alemanha
Por causa dos longos períodos de espera dos passageiros, a companhia Fraport já recontratou quase mil novos funcionários de serviços terrestres depois de cortar cerca de 4.000 durante a pandemia, disse a agência de notícias Reuters, nesta quarta-feira (6).
Ainda assim, a expectativa da empresa é de que as interrupções devido à falta de trabalhadores continuem pelos próximos dois ou três meses.
Estados Unidos
No primeiro feriadão do país desde o fim das restrições da pandemia, o da Independência, em 4 de julho, algumas empresas registram atrasos em quase um terço dos voos. Cerca de 50% a mais do que a média de outros meses.
Vai chegar ao Brasil?
Apesar de os atrasos dos voos serem um problema em crescimento, não há indícios de que o Brasil vá passar pela mesma situação da Europa, aponta o diretor da FGV Transportes, Quintella.
Ele explica que o setor no Brasil é bem diferente do da Europa, tendo uma movimentação menor. O país também teve menos demissões durante a pandemia na comparação com as companhias aéreas internacionais, não sofrendo tanto assim com a falta de pessoal atualmente.
Nos
Estados Unidos, por exemplo, o mercado é mais parecido. Ainda assim, ele explica que os cancelamentos e adiamentos dos voos estão mais controlados no país do que na Europa.