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Proponho usar 4 princípios básicos para nos ajudar a navegar pelos desafios da alimentação na era das redes sociais.

4 leis da alimentação para a era das redes sociais

Diante do grande volume de informações (ou desinformações) na internet, é sempre bom usar “filtros” para escolher como consumir estes conteúdos

Pedro Escudero foi um médico argentino que ajudou a consolidar a nutrição como campo de pesquisa e área de atuação no início do século 20.

Entre outros feitos, ele foi o criador das famosas Leis de Escudero, quatro princípios que até hoje expressam as orientações para uma prática alimentar ideal para o organismo humano, e são:

A Lei da Quantidade: é fundamental ingerir o suficiente para se manter saudável. Na prática a quantidade pode ser medida em unidades ou gramas, por exemplo.

Qualidade: não é somente a caloria que importa, o valor nutricional do alimento deve ser sempre considerado.
A Lei da Harmonia: a combinação adequada dos alimentos, prezando pela distribuição adequada de macro e micronutrientes ao longo do dia.

Adequação: entender e adequar os alimentos ao contexto de cada indivíduo e sua fase de vida

As leis de Escudero ajudaram o mundo do século 20 a entender a importância de conceitos que hoje parecem óbvios: optar por alimentos frescos, variar as “cores” do prato, adequar as quantidades para as suas necessidades e objetivos, personalizar a abordagem para cada indivíduo.

Alimentação redes sociais

Elas são tão precisas que, mesmo com as grandes mudanças nos padrões alimentares nos últimos anos, seguem sendo a base para uma alimentação saudável.

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Os desafios do século 21

Se no início do século 20 o termo “nutrição” ainda estava se consolidando no mundo, hoje temos o fenômeno oposto. Alimentação, e comida em geral, é um dos assuntos mais buscados na internet e discutidos nas redes sociais.

As # de nutrição, dieta, emagrecimento e ganho de massa muscular são extremamente populares, com os famosos “desafios”, “casos de sucesso” e “dicas” inundando as nossas timelines

Um estudo publicado em 2020 relata que a maior parte das conversas online sobre saúde dominadas por não-especialistas (non-health professionals). Mais preocupante, estudos indicam que, quando o assunto é saúde, existe um grande uso de bots para impulsionar discursos ou reforçar a eficácia de determinados alimentos, dietas ou práticas.

Em outras palavras: fica muito difícil saber no que acreditar. Por isso, inspirado nas Leis de Escudero, proponho usar 4 princípios básicos para nos ajudar a navegar pelos desafios da alimentação na era das redes sociais.

Quando se deparar com um post sobre determinado alimento, produto, prática ou dica nutricional, faça as seguintes perguntas:

Contexto: O conteúdo que chegou até você promovido como parte de uma campanha publicitária focada em vender algo? Por que, afinal, todo mundo está falando do produto X ou Y?

Acesso: O alimento promovido naquele conteúdo se encaixa de fato na sua rotina? É acessível para você comprar e consumir na frequência indicada? É um item fácil de encontrar ou é preciso se desdobrar para conseguir comprar?

Edição: Existe algum filtro ou efeito naquela imagem? Filtros, luzes, maquiagem e retoques digitais causam uma distorção de expectativas, mesmo que usados sem a intenção de enganar.

O seu almoço de arroz, feijão e salada não vai tão bonito ao vivo quanto a foto produzida de um PF (o mesmo vale para resultados de “antes e depois”).

Credibilidade: Quais são as credenciais de quem está compartilhando? É um profissional da área da saúde? É uma pessoa apenas postando sobre seu dia a dia? Lembre-se: cada indivíduo apresenta suas particularidades e, por isso, para atingir um mesmo resultado, pessoas diferentes podem demandar necessidades diferentes.

Usando estes critérios, talvez a gente consiga enxergar de forma mais clara que algumas tendências apenas marketing, alguns “segredos de sucesso” apenas uma experiência pessoal que não pode ser generalizada, e alguns posts são propositalmente enganosos feitos para gerar engajamento (e dinheiro).

 

Fonte: forbes