A queda da atividade do sistema imunológico pode acontecer por diversas situações, inclusive estresse e ansiedade
O sistema imunológico é um conjunto de órgãos, tecidos e células que atuam no combate a agentes infecciosos como vírus, bactérias e fungos, evitando o desenvolvimento de doenças, principalmente quando a imunidade está baixa. Do mesmo jeito que ele cria mecanismos de defesa, os agentes infecciosos criam mecanismos de ataque. Ora o sistema imunológico vence, ora vencem vírus e bactérias. Portanto, e é aí que ficamos doentes.
Mas isso não quer dizer, no entanto, que o sistema imunológico falhou, como explica Ekaterini Simões Goudouris, coordenadora do Departamento Científico de Imunodeficiências da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).
“Quando você tem uma gripe, não significa que seu sistema imunológico falhou completamente. Significa que ele não foi capaz de conter o vírus. Significa que ele não foi capaz de conter o vírus. . Ele escapa, produz a infecção, mas seu sistema imunológico acaba resolvendo aquilo, você não fica gripado para sempre. Não podemos dizer que ter uma gripe, por exemplo, significa que seu sistema imunológico falhou. Ele funciona o tempo todo, está o tempo todo reagindo a todas as coisas”, diz Goudouris.
Assim, quando ganham os agentes infecciosos, muito provavelmente é sinal que nossa imunidade está baixa, e uma série de fatores podem indicar que isso está acontecendo.
“O organismo dá alguns sinais, indicando que as defesas estão baixas e que o sistema imunológico não está sendo capaz de combater os agentes infecciosos, o que pode fazer com que a pessoa fique doente com mais frequência”, diz Mônica Nunes, médica residente em infectologia do Hospital de Doenças Tropicais da UFT (Universidade Federal do Tocantins), da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
Quais fatores indicam que a imunidade está baixa
Estresse
Uma das causas que podem indicar o sistema imunológico baixo, segundo a médica infectologista Lina Paola Rodrigues, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, é o estresse.
“Jornadas extenuantes de trabalho, poucas horas de descanso e lazer e alimentação inadequada. Precisamos ter regulado nosso sistema tireoidiano, hormonal, de alimentos, para que todo o sistema de imunidade funcione”, diz. Assim, se o estresse está alto, é sinal de que a imunidade deve estar baixa.
Infecções recorrentes
Segundo o clínico geral e geriatra Paulo Camiz, professor da USP (Universidade de São Paulo) e do Hospital das Clínicas de São Paulo, um dos principais fatores de que a imunidade está baixa é o surgimento de infecções recorrentes, como a herpes, especialmente em pessoas com menos de 50 anos.
“Quando a pessoa tem um quadro de zóster abaixo dos 50 anos, é muito indicativo de ter tido uma baixa de imunidade. É praticamente obrigatório dar uma olhada como está a imunidade da pessoa.” Apesar de não haver um exame específico que aponte a baixa imunidade, é possível, por meio de exames complementares, descobrir o que está acontecendo. “Pode fazer um hemograma para ver como está a quantidade das células brancas; uma dosagem de anticorpos; uma avaliação nutricional para ver a questão de micronutrientes e vitaminas”, lista Camiz.
Doenças que demoram para passar
Doenças simples, mas que demoram a passar ou que agravam facilmente, como a gripe, também podem indicar que a imunidade está baixa.
“O normal é se recuperar completamente dos sintomas em cinco a sete dias. Gripes e resfriados são doenças autolimitadas, ou seja, com poucos dias de evolução e recuperação rápida. O que foge disso se suspeita imunidade baixa”, diz a infectologista Lina Paola Rodrigues.
Monilíase oral ou candidíase de repetição
A monilíase oral e a candidíase vaginal, Rodrigues explica, também têm relação com imunidade baixa.
“O fungo Candida habita normalmente da boca ao ânus em todos nós. O desequilíbrio da flora e fatores imunológicos fazem com que este fungo se prolifere, ou seja, aumente em quantidade e cause uma infecção”, diz.
Febre frequente e calafrios
A médica Ekaterini Simões Goudouris explica que qualquer infecção pode dar febre, e febres altas podem causar calafrios. Se recorrentes, também podem indicar uma baixa imunidade. “Infecções recorrentes ou graves podem sugerir um defeito do sistema imune.”
Aftas recorrentes
Segundo Rodrigues, as aftas são úlceras com várias etiologias, desde infecção por herpes simples, imunidade baixa, trauma por aparelhos dentais, mordida errada e alergias a alimentos. “Então alguns pacientes que têm aftas ulcerativas recorrentes podem ter sim baixa imunidade, porém tem de ser descartados outros fatores”, diz.
Náuseas e vômitos
Em alguns casos, náuseas e vômitos também podem indicar que a imunidade está baixa, mas é preciso um diagnóstico mais completo para descartar outros problemas mais graves, como explica a infectologista da BP.
“Náuseas e vômitos são sintomas de diversas doenças. Precisam ser descartadas alterações endocrinológicas, hormonais da tireoide e do sistema reprodutivo”, diz.
Diarreia por mais de duas semanas
Diarreia persistente ou crônica, segundo Goudouris, pode ser sinal de infecção. E, novamente, indicam, possivelmente, um sinal de que o sistema imune está baixo.
Manchas vermelhas ou brancas na pele
Kleber Luz, infectologista do Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal, e professor da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), explica que infecções de pele também podem indicar que a imunidade está baixa.
“Os sinais são as infecções. As foliculites, ou seja, as infecções da pele, podem, de fato, indicar que a sua imunidade está baixa. Por exemplo, se pessoa que tem a pele íntegra, não tem infecção e, subitamente, começa a ter infecção cutânea, pode ser um indicativo que a imunidade está baixa”, diz.
Aliás, segundo ele, a presença de micose nas unhas também pode ser um indicativo.
Queda acentuada de cabelo
Até a queda excessiva de cabelo pode indicar que a imunidade está baixa, de acordo com Rodrigues. Nesse caso, a alimentação adequada pode ajudar a diminuir o problema, mas uma avaliação médica é necessária.
“Queda de cabelo pode melhorar ao melhorar a imunidade e nutrição do paciente. Então seria consequência de melhorar e equilibrar diversos sistemas no organismo.”
O que fazer para melhorar o sistema imunológico
Como já explicado, ter uma boa imunidade não indica que a pessoa está livre de ficar doente. Além disso, todo mundo corre esse risco em algum momento da vida.
“Nem o melhor sistema imunológico do mundo consegue manter alguém livre de ter um quadro infeccioso, porque, para isso, basta ter contato com o agente agressor”, diz Alexandre Cunha, médico infectologista do Grupo Sabin e vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.
“Quando a gente fala que tem problema de imunidade, tem de investigar qual a doença que está causando isso. Todas as pessoas têm risco de ficar doente, mesmo as que têm melhor imunidade possível”, diz Cunha.
Aliás, a queda da atividade do sistema imunológico pode acontecer por diversas situações, inclusive estresse e ansiedade. Portanto, doenças crônicas, como Aids, lúpus, câncer e diabetes também podem diminuir a atividade do sistema imune e favorecer o aparecimento de outras doenças.
Para melhorar a imunidade é preciso mudar os hábitos de vida:
- Praticar atividade física regularmente;
- Melhorar hábitos alimentares;
- Ter um sono de qualidade;
- Evitar estresse;
- Controlar ansiedade;
- Ter um bom convívio social;
- Usar preservativo;
- Não consumir bebida alcoólica em excesso;
- Fazer controle rigoroso da doença, no caso de pessoas diagnosticadas com diabetes e lúpus, por exemplo.
Fonte: cartadetodos